
O mercado de capitais brasileiro atravessa um ciclo de expansão que redefine a forma como empresas acessam crédito e investidores diversificam suas carteiras.
Em 2025, o volume financeiro total de investimentos atingiu R$ 7,94 trilhões, um crescimento de 6,8% em relação ao segundo semestre de 2024.
Para se ter uma ideia, a renda fixa domina cerca de 60% desse total, somando R$ 4,7 trilhões em aplicações. Entre os fundos estruturados, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) registraram entrada líquida de R$ 2,7 bilhões e acumulam R$ 49,3 bilhões em captação líquida entre janeiro e julho de 2025, evidenciando o apetite crescente por crédito privado e produtos alternativos ao sistema bancário tradicional.
Nesse ambiente de sofisticação e eficiência, a Multiplike avança com um movimento inédito ao ser autorizada pelo Banco Central para se tornar Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI).
A decisão é estratégica e simboliza o avanço da desbancarização do crédito corporativo, fenômeno que ganha força à medida que empresas buscam reduzir a dependência dos grandes bancos e pulverizar suas fontes de funding.
Com a nova estrutura, a Multiplike amplia sua capacidade de captação e passa a oferecer benefícios tributários diretos aos investidores, já que a SCFI permite a emissão de LCIs e LCAs, instrumentos isentos de imposto de renda.
Para a empresa, o ganho está na redução do custo de captação, uma vez que será possível ofertar produtos com prêmio menor em relação aos praticados atualmente, mantendo a atratividade e eficiência da operação.
“Nós já atuamos como um banco dentro da estrutura de FIDC, pois a cota subordinada júnior é toda da Multiplike. Com a SCFI, ganhamos mais autonomia e eficiência: passamos a ter o nosso próprio número bancário, diminuímos custos e melhoramos a experiência do cliente. Essa verticalização é um passo natural num ambiente em que o crédito se tornou uma commodity”, afirma Volnei Eyng, CEO da Multiplike.
Ao se tornar instituição financeira, a Multiplike amplia o leque de alternativas para investidores e tomadores, reduz o custo de funding e melhora a previsibilidade financeira das empresas atendidas.
O objetivo é liderar uma nova fase do crédito corporativo, em que as fronteiras entre mercado de capitais e sistema financeiro se tornam complementares.
“Com uma operação híbrida, que une o mercado privado de capitais e o sistema financeiro, conseguimos oferecer sempre uma alternativa eficiente, tanto para investidores quanto para tomadores. Esse modelo é o futuro do crédito corporativo, e a Multiplike quer liderar essa transformação”, complementa Volnei.
O movimento ocorre em um momento de estabilidade econômica, com o PIB brasileiro acumulando crescimento de 3,2% nos últimos quatro trimestres, e a inadimplência das empresas permanecendo controlada, sobretudo entre médias e grandes corporações.
O fortalecimento de instrumentos como FIDCs e SCFIs sinaliza que o Brasil está diante de um novo ciclo de crédito mais pulverizado, competitivo e conectado às necessidades reais das empresas.
“Nosso foco é continuar democratizando o acesso ao crédito de forma sustentável e inteligente. O mercado está maduro o suficiente para entender que tecnologia, governança e diversificação de fontes são os pilares da nova economia do crédito”, conclui Volnei Eyng.