Semana promete cautela com IPCA e balanço do Banco do Brasil

A próxima semana promete ser decisiva para calibrar as expectativas em torno da inflação e da política monetária no Brasil. O mercado financeiro volta as atenções para o IPCA de outubro, que será divulgado na terça-feira (11), e para a ata do Copom, que pode sinalizar mudanças no tom do Banco Central após a decisão de manter a Selic em 15% ao ano.

De acordo com Leonardo Costa, economista do ASA, a inflação deve mostrar desaceleração expressiva. Ele prevê “alta de apenas 0,15% no mês, após avanço de 0,48% em setembro”, o que reduziria o acumulado em 12 meses para 4,74%, ante 5,17% anteriormente.

O movimento reflete, segundo Costa, a queda nos preços de energia elétrica, com a mudança da bandeira tarifária de vermelha 2 para vermelha 1, e a deflação de alimentos — especialmente carnes e produtos in natura. O núcleo da inflação também deve seguir em moderação, indicando “perda gradual de pressão inflacionária no segmento mais inercial do IPCA”.

Calendário da Semana — Principais Indicadores Econômicos

Balanços ganham força e Banco do Brasil é destaque

Na agenda corporativa, o destaque é o balanço do Banco do Brasil (BBAS3), que deve confirmar o bom momento do setor financeiro e pode servir como termômetro para os resultados das demais instituições. Também publicam resultados B3, Sabesp, Natura, Cosan e Nubank, entre outras companhias.

No exterior, os mercados seguem atentos à paralisação do governo dos Estados Unidos, que já é a mais longa da história, e aos discursos de dirigentes do Federal Reserve, em meio à expectativa de que os cortes de juros nos EUA comecem apenas no primeiro trimestre de 2026.

Para Da Matta, “o cenário global segue de transição, com economias robustas, mas foco crescente em produtividade e controle fiscal”.

Com tantos fatores em jogo, a semana deve ser marcada por volatilidade moderada e ajuste fino de expectativas, em um mercado que parece disposto a testar o limite da paciência com juros altos — mas sem perder de vista os sinais de que o ciclo de aperto monetário pode, enfim, estar chegando ao fim.

Calendário de balanços (11 a 14/11)