
A Lumx Conference 2025 reuniu, em São Paulo, representantes do mercado financeiro, autoridades regulatórias e especialistas em tecnologia para discutir os rumos das finanças digitais no Brasil. O encontro, realizado em 5 de novembro, teve como foco os avanços em compliance, regulação e stablecoins, temas centrais na transformação do sistema financeiro global.
Entre os pontos debatidos estiveram os desafios regulatórios relacionados às VASPs (empresas de serviços de ativos virtuais), a importância de estruturas de governança e os impactos das novas regras de transparência e segurança para instituições financeiras e fintechs.
Os participantes destacaram que o Brasil vive um momento de consolidação regulatória, especialmente diante da expectativa pela regulamentação definitiva das VASPs. O tema tem ganhado relevância com o aumento das operações envolvendo stablecoins e o crescimento do mercado cripto no país.
“A regulação das VASPs será determinante para o futuro das finanças digitais no Brasil. O país tem condições de se tornar referência na integração entre inovação tecnológica e segurança jurídica”, afirmou Nagel Lisânias, chefe de divisão do Banco Central, durante o evento.
Stablecoins no centro das discussões
Um dos temas que dominaram os painéis foi o papel das stablecoins no sistema financeiro. Executivos e especialistas apontaram que esses ativos estão se consolidando como instrumentos relevantes para pagamentos internacionais e soluções de liquidez, mas ainda enfrentam incertezas quanto à supervisão e à interoperabilidade com o sistema bancário tradicional.
Entre os painelistas estiveram Caio Barbosa (Lumx), Gabriela Trevisan (BTG Pactual), Thamilla Talarico (Polygon), Geórgia Sanches (Sumsub), Eduardo Paiva (Paiva Gomes Advogados) e Fernando Marques Borges (ABRACAM).
Os debatedores ressaltaram que o avanço das stablecoins depende do fortalecimento das normas de compliance e prevenção à lavagem de dinheiro, alinhadas a padrões internacionais.
Regulação avança, mas desafios persistem
O debate também abordou a responsabilidade corporativa e a adoção de boas práticas no setor, em um momento de expectativa pelo avanço da agenda regulatória no Congresso e pelo papel do Banco Central e da CVM na definição das regras para o mercado de ativos digitais.
Especialistas apontaram que o país vive um período de transição, no qual inovação e regulação caminham lado a lado. “Há um esforço para equilibrar estímulo à inovação e proteção ao investidor, e o Brasil tem avançado nesse debate”, avaliou Rodrigo Henriques, diretor de inovação da Fenasbac.
Além das discussões técnicas, o evento também serviu como espaço de troca entre representantes de instituições financeiras, empresas de tecnologia e órgãos reguladores, reforçando o papel do diálogo multissetorial na construção de um ambiente mais seguro e competitivo para as finanças digitais.