Vítima da fraude, o JPMorgan Chase pediu a suspensão da conta de US$ 115 milhões em despesas jurídicas dos fraudadores Charlie Javice e Olivier Amar. Informações via Fortune.
Segundo o argumentado pelo banco na última sexta-feira (7), eles não deveriam pagar a conta dos fraudadores, já que o acordo contratual – que era parte da compra da startup – de que o JPMorgan seria responsável pelas despesas jurídicas dos seus executivos deveria ser encerrado.
Segundo o arquivo, o time jurídico de Charlie Javice, com cerca de cinco firmas de advocacia, enviaram ao JPMorgan a humilde conta de aproximadamente R$ 60,1 milhões em honorários e despesas legais. Já a equipe de Olivier Lamar enviou ao banco a conta de US$ 55,2 milhões apenas em honorários.
O JPMorgan alega que, no total, os advogados de Javice e Amar acumularam honorários de US$ 115 milhões, com uma firma recebendo US$ 35,6 milhões apenas em reembolsos.
Em comparação, Elizabeth Holmes, que foi condenada por fraudar investidores no caso Theranos, reportou ter gasto US$ 30 milhões em despesas jurídicas.
“Os honorários advocatícios cobrados por Charlie Javice e Olivier Amar são manifestamente excessivos e exorbitantes. Aguardamos com expectativa a oportunidade de compartilhar os detalhes desse abuso com o tribunal nas próximas semanas”, afirmou Pablo Rodriguez, porta-voz do banco.
Relembre o caso
Charlie Javice, fundadora de startup estudantil, Frank, foi condenada a 85 meses de prisão por fraudar o JPMorgan Chase & Co. O golpe ocorreu durante a aquisição da organização pelo banco no valor de US$ 175 milhões.
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O juiz federal Alvin Hellerstein proferiu a sentença na segunda-feira (29), no tribunal federal de Manhattan. Os promotores haviam solicitado uma pena de 12 anos para Javice, de 33 anos, mas o juiz considerou testemunhos sobre seu bom caráter.
“Você é uma boa pessoa”, disse Hellerstein a Javice, de acordo com o InfoMoney. “Você fez algo errado, e eu tenho que puni-la.” Além do tempo de prisão, foi determinado que ela perdesse US$ 22,4 milhões.
Um júri de Nova York condenou Javice em março, concluindo que a ex-empreendedora mentiu e falsificou dados de usuários para enganar o maior banco do país. Ela fez a instituição acreditar que seu site possuía mais de 4,25 milhões de usuários, quando na verdade tinha menos de 300 mil.
Se o JPMorgan foi lesado, porque ele deve pagar os honorários?
Uma parte do acordo legal de compra do Frank, em 2021, previa que o JPMorgan fosse responsável pelos honorários dos, até então, novos executivos. Apesar do golpe, a corte de Delaware decidiu que esse acordo deveria ser mantido.
Um dos membros da equipe legal de Javice é Alex Spiro of Quinn Emanuel, advogado que já representou Elon Musk.
