Conheça o Mercado Americano

Quando se vai investir no exterior, especialmente nos EUA, abre-se um mundo totalmente novo. E para facilitar nesta introdução, é importante mostrar alguns comparativos com o mercado brasileiro. Podemos falar do tamanho, das empresas ou da moeda, dentre outros. Neste artigo, vou abordar as principais características do mercado americano, sempre traçando um paralelo com o Brasil, visando facilitar este primeiro passo financeiro no exterior.

Infraestrutura

No Brasil, em 2025, existe apenas uma bolsa de valores, a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão), onde quase todos os ativos financeiros são negociados. Quando vamos para os EUA, existem várias bolsas, 13 para ser mais preciso, mas as principais são a New York Stock Exchange (NYSE) e a National Association of Securities Dealers Automated Quotations (NASDAQ). A gama de produtos negociados nelas é muito superior à do Brasil, principalmente por conta do tamanho, nosso próximo assunto.

Tamanho 

Talvez aqui seja o primeiro grande choque entre os dois países. Enquanto nos EUA estamos falando de um mercado acionário de mais de US$ 100 trilhões, o Brasil não alcança US$ 1 trilhão. Estamos falando de praticamente 100 vezes maior. A imagem abaixo evidencia ainda mais essa disparidade. O valor de mercado da maior empresa do mundo em outubro de 2025 é de US$ 4,5 trilhões, enquanto a maior empresa brasileira chega próximo de US$ 75 bilhões. 

Fonte: Companies Market Cap, oct/25

Logo, a maior empresa americana é mais de 4 vezes maior que todo o mercado brasileiro somado. Essa diferença de escala tende também a oferecer mais liquidez, e um mercado mais arbitrado pelo envolvimento de um enorme número de players.  

Moedas

Investir no Brasil entre as décadas de 1960 e 1990 foi uma verdadeira montanha-russa monetária: o país passou por quase dez mudanças de moeda nesse período. Em contraste, o dólar americano existe desde 1792, mantendo-se estável por mais de dois séculos. Essa diferença histórica contribui para a alta volatilidade cambial brasileira, fator que frequentemente afasta investidores internacionais do mercado local.

Cultura de Investimento

Enquanto mais de 60% da população americana possui uma ação em seu portfólio de investimentos, no Brasil esse número fica um pouco acima dos 4% até setembro de 2025, como é possível visualizar no gráfico abaixo.

Fonte: B3, Gallup

A forma como os brasileiros e os americanos entendem investimentos também contribui para essa diferença. Enquanto na América do Norte a poupança é frequentemente feita através da renda variável, com famílias comprando ações para seus filhos ao nascerem para ajudar no pagamento da faculdade, no Brasil ainda existe uma percepção de que a bolsa de valores é um investimento muito arriscado, onde se coloca apenas uma pequena parte do capital. Existe também pouca cultura de olhar para investimento em renda variável como um investimento de longo prazo, acumulador de poupança e gerador de riqueza.  

Considerações Finais

O mercado americano é o maior do mundo, e tem um motivo para isso: grande capitalização, dinamismo, conhecimento da população e moeda estável. Isso torna os EUA um caminho óbvio para o dinheiro não só dos americanos, mas do mundo todo, inclusive dos brasileiros.

Referências:

Largest Brazilian companies by market capitalization

Companies ranked by Market Cap – CompaniesMarketCap.com

Moedas produzidas (bcb.gov.br)

History of U.S. Currency | U.S. Currency Education Program (uscurrency.gov)

What Are All of the Major US Stock Exchanges? (investopedia.com)

Gênero | B3

Página Inicial — Comissão de Valores Mobiliários (www.gov.br)

How Many Americans Own Stock? More Than You Think | The Motley Fool

Top 25 Stocks in the S&P 500 By Index Weight for July 2024 (investopedia.com)

Guide to the Markets | J.P. Morgan Asset Management (jpmorgan.com)

List of the Major US Stock Exchanges | Fi Money

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Tomás Roque

Colunista

Analista de Alocação e Inteligência na Avenue, formado em Economia pela UNESP, com extensão em Business na Tampere University (Finlândia) e certificações CGA, CGE e Series 99. Iniciou a carreira em FIDCs e depois atuou na área de Customer Experience da Avenue.

Analista de Alocação e Inteligência na Avenue, formado em Economia pela UNESP, com extensão em Business na Tampere University (Finlândia) e certificações CGA, CGE e Series 99. Iniciou a carreira em FIDCs e depois atuou na área de Customer Experience da Avenue.