
O principal índice da Bolsa de Valores brasileira alcançou patamares históricos na semana na segunda semana de novembro. Nos cinco pregões, o índice oscilou entre 156 mil e 158 mil pontos, em meio a sessões voláteis e algumas correções. O desempenho ocorreu em um contexto marcado pelo fim da paralisação do governo dos EUA, o que trouxe um “respiro” aos investidores e renovou o apetite ao risco.
Os fatores que impulsionaram a performance foram tanto internos quanto externos. No cenário doméstico, uma série de balanços corporativos veio acima do esperado, somada à divulgação de indicadores econômicos importantes.
Na semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que a atividade no varejo brasileiro teve queda de 0,3% em outubro. Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,48% no mesmo mês — o menor resultado para outubro desde 1998, quando houve variação de 0,02%. No ano, a inflação acumula alta de 3,73% e, nos últimos 12 meses, está em 4,68%. Em outubro de 2024, o índice havia sido de 0,56%.
Além disso, o Copom, do BC (Banco Central), avalia que a Selic, em 15% ao ano, é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta. No entanto, o comitê enfatizou que o patamar precisará ser mantido por um “período bastante prolongado”.
COP30 e agenda geopolítica no radar
No cenário internacional, a COP30 continua no centro das atenções. A conferência debate formas de acelerar a transição energética, ampliar o financiamento climático e proteger as florestas tropicais. Segundo reportagem do G1, a defesa do “multilateralismo” ganhou força entre os países presentes.
No encontro entre ministros do Meio Ambiente das nações amazônicas, ficou evidente a intenção conjunta de ampliar a proteção da floresta Amazônica e colocar em prática compromissos assumidos em anos anteriores. Ao mesmo tempo, cresce a cobrança por ações mais rápidas diante da crise climática.
Incertezas nos EUA seguem pressionando o mercado
Nos Estados Unidos, autoridades do Fed não endossam a possibilidade de corte de juros na reunião de dezembro, afirmando que ainda é necessário observar o comportamento da inflação e a estabilidade do mercado de trabalho em 2025.
Com o fim da paralisação recorde do governo norte-americano, os dirigentes do Fed terão mais clareza sobre a saúde da economia dos EUA. A divulgação de dados deve ser retomada na segunda-feira (17). Até o momento, a avaliação prévia da atividade tem deixado os membros do comitê reticentes quanto a flexibilizações adicionais.
Ibovespa deve sentir efeitos de enxurrada de dados econômicos dos EUA
Com o encerramento do shutdown na quinta-feira (13), os mercados aguardam uma série intensa de indicadores econômicos dos EUA — o que deve influenciar diretamente o Ibovespa, dado o nível de sensibilidade dos investidores às incertezas sobre a economia norte-americana.
Entre os indicadores aguardados estão:
- Estoques de petróleo bruto e a ata do FOMC (Fed), na quarta-feira (19);
- Índice de atividade do Fed, na quinta;
- PMIs na sequência.
Dependendo dos resultados, há possibilidade de um movimento de redução do apetite ao risco, o que impactaria os ativos listados na B3 (B3SA3).
No Brasil, também serão divulgados dados importantes. O início da semana trará o Boletim Focus, do BC, com projeções atualizadas para a economia, além do IBC-Br, considerado a prévia do PIB.
Ao longo da agenda local, serão divulgados os dados de fluxo cambial, e o país terá o feriado da Consciência Negra, no dia 20 de novembro.
Balanços seguem no radar corporativo
A temporada de balanços trimestrais permanece como destaque. No início da semana, entre as empresas brasileiras, serão divulgados os resultados da Dasa (DASA3) e da XP (XPBR31).
No exterior, investidores acompanham números de gigantes de tecnologia e varejo, como Walmart (WALM34) e Nvidia (NVDC34).