
O Goldman Sachs publicou um relatório em que projeta que o real brasileiro, entre as moedas emergentes, lidera o potencial de valorização frente ao dólar pelos próximos dez anos. Informações via ICL Notícias.
De acordo com o estudo “FX in 2035 – Finding fair and getting there” (“Câmbio em 2035 -Encontrando o valor justo e o caminho até lá”, na tradução livre), o peso colombiano (COP) e o rand sul-africano (ZAR) também estão entre os possíveis destaques do período.
O Goldman Sachs projeta que o real valorize 8,5% mais 109% via juros, com retorno de 118% em dez anos. Já o rand sul-africano pode valorizar 16% mais 44% de carry trade, somando 60%.
O estudo também aponta que essas moedas podem se aproximar dos seus valores justos até 2035, impulsionadas por um dólar menos sobrevalorizado e por melhorias fiscais e de produtividade nas economias emergentes.
Potencial do carry trade
O levantamento do grande banco norte-americano combina a expectativa de valorização cambial com os ganhos proporcionados pelos juros domésticos, cenário que mantém os emergentes em evidência em meio ao atual ciclo de carry trade internacional.
O carry trade já movimenta o banco desde 2024, segundo o Goldman Sachs, e tende a se consolidar pelos anos à frente.
Os especialistas apontam que esse movimento ocorre porque os mercados buscam compensar os riscos de inflação e de perdas nas moedas emergentes e, desta forma, o carry trade entrega retornos acima do previsto pelos modelos tradicionais.
O estudo também indica que as moedas de países com inflação mais alta atualmente tendem a oferecer retornos maiores no futuro, já que contratos cambiais incorporam prêmios de risco que, caso não sejam concretizados, geram ganhos adicionais.
Desafios de projetar câmbio a longo prazo
Apesar do otimismo, os especialistas do Goldman Sachs alertam para os desafios de se projetar o câmbio a longo prazo, já que os países emergentes – como o Brasil – sofrem fragilidades estruturais na economia, como baixo crescimento e problemas fiscais.
Além disso, os analistas avaliam que o movimento em favor das moedas emergentes tem mais a ver com o enfraquecimento do dólar global, ou seja: caso haja uma inflexão na política econômica norte-americana, o jogo por virar.