
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (14) com alta de 0,37%, aos 157.739,50 pontos. O dólar comercial desceu 0,02 %, a R$ 5,29
Sem bater o martelo no acordo entre Brasil e EUA para conter os impactos do tarifaço, o índice subiu apoiado pelo avanço de ações pesadas, como explica Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital:
“Acredito que o Ibovespa continua sustentando seu movimento de alta graças à combinação de fluxo estrangeiro, valorização do petróleo e enfraquecimento do dólar. A entrada de capital internacional em ações de peso, como Petrobras e grandes bancos, sem dúvidas, mantém o índice próximo de 158 mil pontos. O petróleo segue sendo o principal vetor desse impulso, já que a alta da commodity melhora a percepção sobre empresas exportadoras e reforça a atratividade do Brasil num dia em que os juros futuros se mantêm comportados.”
No caso da Vale, a mineradora terminou o dia em queda após a decisão do tribunal de Londres de que a BHP é, também, responsável pelo caso do rompimento da barragem em Mariana e, assim, adicionando US$ 500 milhões em provisões para a empresa.
O avanço das commodities impactou no movimento do dólar que, apesar de ter chegado a subir durante o dia, terminou o pregão em queda. Além disso, a reorganização do calendário de dados após o shutdown mexeu com o fluxo da divida. “O dólar retomou a queda ao longo da sessão, num movimento impulsionado pela alta do petróleo, que atraiu fluxo comercial ao mercado à vista, e pelo alívio trazido pelo reagendamento dos indicadores americanos atrasados após o shutdown, reduzindo incertezas e melhorando o sentimento global. Esse ambiente, somado ao carry ainda favorável ao Brasil e à melhora das commodities, limitou a alta da moeda e compensou os vetores negativos da abertura — como os dados fracos da China e a reprecificação de juros nos EUA após falas mais duras de membros do Fed.”, comentou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
O dólar oscilou entre R$5,316 e R$5,273. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda/alta de +0,11%, aos 99,29 pontos.
Um dos destaques da sessão foi o retorno da Oi após a negativa de recuperação judicial. Na reabertura desta sexta, às 14h23, OIBR3 voltou ao pregão com forte volatilidade: caiu 27,78%, a R$ 0,13, antes de retornar ao leilão. Já OIBR4 abriu estável a R$ 2,43 e negociações ainda interrompidas.
Maiores altas e maiores quedas: MBRF3 e YDUQ3
O pregão da B3 fechou com a MBRF (MBRF3) liderando as maiores altas, com aumento de 11,06%. A empresa é seguida pela Braskem (BRKM5), com alta de 7,44%. A terceira foi a Magalu (MGLU3), com crescimento de 5,63% e a lista verde fecha com Localiza (RENT3), alta de 4,80%.
A lista vermelha é encabeçada pela Yduqs (YDUQ3), com recuo de 7,02%. A empresa é seguida pela Cemig (CMIG4), recuo de 4,80% . Hapvida (HAPV3) fechou com recuo de 4,66% e a lista fecha com a Cogna (COGN3), queda de 3,07%
Variações por setor
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,81% e 0,95%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,10%. PetroReconcavo (RECV3) recuou 1,51%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,59%. Gerdau (GGBR4) registrou queda de 0,74%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,19%. CSN Mineração (CMIN3) caiu 0,51%.
No setor bancário, o BTG Pactual (BPAC11) fechou o dia com queda de 1,13%. O Itaú (ITUB4) teve alta de 0,40%. Banco do Brasil (BBAS3) avançou recuou 0,27%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização de 0,051% e valorização 0,60%, respectivamente.
Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) subiu 5,85%. A Lojas Renner (LREN3) fechou com alta de 2,23%. Vivara (VIVA3) teve queda de 0,060%. C&A (CEAB3) fechou em alta de 2,22%.
Índices dos EUA
As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia no verde. O índice S&P 500 recuou 0,05%. Já Nasdaq avançou 0,13% . Dow Jones também caiu 0,65%.
Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, comentou que o humor variou ao longo do dia.
“Depois de uma manhã marcada por forte aversão ao risco e quedas expressivas nas bolsas de Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq recuperaram terreno e passaram a operar no positivo. A virada reflete dois movimentos simultâneos. De um lado, o salto de quase 6% da Micron reacendeu a confiança no setor de semicondutores, aliviando os temores sobre valuations excessivos em empresas ligadas à inteligência artificial.”
“De outro, o anúncio de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e Suíça contribuiu para reduzir parte da pressão que dominou o início da sessão. Esse alívio também ajudou ações como Nvidia e AMD a reverter perdas anteriores, enquanto o setor bancário, embora ainda pressionado, reduziu o ritmo de queda. O Dow Jones permanece no negativo, mas com intensidade menor do que a observada pela manhã.”