
O mercado cripto atravessa mais uma sessão de pressão, com o Bitcoin negociado em torno de US$ 93.500 após romper o suporte dos US$ 100 mil. De acordo com Guilherme Prado, country manager da Bitget, o movimento está ligado a um ambiente global ainda sensível a risco.
“O investidor reduz exposição a ativos voláteis, e o preço do Bitcoin sente esse ajuste de apetite por risco”, afirmou Prado.
Além disso, ele lembra que o recuo ocorre depois de um período marcado por incertezas em relação à política monetária nos EUA, dúvidas sobre o ritmo de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) e dados econômicos sem direção clara.
Bitcoin hoje: pressão após rompimento dos US$ 100 mil
Para Prado, a perda dos US$ 100 mil funciona como um divisor importante no gráfico e no sentimento de mercado.
“Esse nível tinha um peso psicológico relevante. Depois que o Bitcoin hoje rompeu esse patamar, aumentou o espaço para movimentos defensivos por parte dos investidores”, disse.
Dessa forma, a leitura é de que parte do mercado aproveitou o rompimento para reduzir posições, o que reforça a pressão vendedora no mercado cripto.
Mercado cripto sente juros nos EUA e resgates em ETFs
No campo macroeconômico, Prado aponta que a combinação de liquidez restrita e incerteza sobre o próximo passo do Fed mantém a classe de criptoativos em segundo plano.
“Enquanto o mercado não tiver clareza sobre a trajetória de juros nos EUA, o fluxo tende a favorecer ativos considerados mais seguros”, avaliou.
Os ETFs de Bitcoin e outros fundos de cripto nos EUA seguem registrando resgates, o que, na visão de Prado, sinaliza uma postura mais cautelosa do investidor institucional.
“Os resgates em ETFs mostram que o institucional ainda não voltou para risco. Sem esse suporte, o preço do Bitcoin depende mais do varejo e de traders de curto prazo”, explicou.
Análise técnica: Bitcoin preso entre US$ 93 mil e US$ 97 mil
Do ponto de vista de análise técnica Bitcoin, o desenho atual é de consolidação em uma faixa estreita.
“Hoje o Bitcoin trabalha preso entre US$ 93.000 e US$ 97.000. Essa banda define o jogo do intraday”, destacou Prado.
Sendo assim, as médias móveis de curto prazo se aproximam da região de US$ 104.000, apontada por ele como limite superior dessa fase de lateralização:
“Enquanto o preço respeitar essa faixa, o mercado segue em modo de ajuste, sem direção clara de tendência.”
Para que um movimento de recuperação ganhe corpo, Prado observa a necessidade de rompimento de patamares acima:
“O gatilho mais relevante seria um fechamento consistente acima de US$ 105.000. Sem isso, o risco é de o mercado testar níveis mais baixos.”
Suportes: faixa de US$ 89 mil a US$ 90 mil no radar
Se o preço do Bitcoin não conseguir retomar regiões acima de US$ 100 mil, a leitura de Prado é que o mercado passa a monitorar um suporte mais abaixo.
“Abaixo da faixa atual, cresce a probabilidade de uma nova pernada de baixa em direção aos US$ 89.000–90.000”, afirmou.
Esse intervalo, segundo ele, combina fatores técnicos e históricos, funcionando como uma zona de potencial defesa dos compradores.
“É uma área em que o mercado costuma testar a disposição de quem pensa em acumular Bitcoin no curto prazo”, completou.
Curto prazo: consolidação e busca de equilíbrio
No cenário imediato, Prado vê maior probabilidade de manutenção do quadro atual:
“No curto prazo, o cenário base é de consolidação estreita. O mercado busca um novo ponto de equilíbrio dentro da faixa entre US$ 93.000 e US$ 97.000.”
Portanto, nesse contexto, a atenção de traders e investidores se concentra em três pontos principais:
- comportamento da liquidez global e sinalizações do Fed;
- fluxos em ETFs de Bitcoin e outros veículos institucionais;
- respeito ou rompimento das zonas de suporte e resistência descritas.
Dessa forma, enquanto esses fatores não apontarem uma direção mais clara, a tendência é que o mercado cripto siga em compasso de espera, com movimentos concentrados nos ajustes de posição de curto prazo.