
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (18) que não irá comentar a intervenção no Banco Master nem a prisão do controlador da instituição, Daniel Vorcaro, por se tratar de um tema sob responsabilidade do BC (Banco Central).
Apesar da cautela, Haddad sinalizou confiança na solidez da investigação que levou à operação da PF (Polícia Federal).
“Tenho certeza que, para ter chegado nesse ponto, todo esse processo deve estar muito robusto”, disse, em conversa com jornalistas.
A declaração foi dada após a prisão de Vorcaro no aeroporto de Guarulhos. Segundo a PF, ele tentava embarcar em um voo particular para a Europa. A corporação afirma que antecipou a ação diante do risco de fuga.
A investigação apura crimes como gestão fraudulenta, organização criminosa, gestão temerária e venda de títulos de crédito falsos. A defesa nega qualquer tentativa de fuga.
Horas depois da prisão, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master e determinou a indisponibilidade dos bens de controladores e ex-administradores. Parte do conglomerado também foi colocada em regime de administração especial temporária.
Haddad reforçou que cabe ao BC comunicar os próximos passos. Questionado sobre possíveis perdas para clientes e o acionamento do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), disse que a Fazenda monitorará os desdobramentos e dará suporte caso necessário.
“O que cabe à Fazenda é dar suporte para as consequências desse ato. Se houver, estamos prontos para colaborar”, afirmou.
Operação Compliance Zero
De acordo com a PF, após o anúncio de que o grupo Fictor pretendia comprar o Master, Vorcaro deixou a sede do banco, seguiu de helicóptero para Guarulhos e tentou embarcar imediatamente.
Os investigadores afirmam que havia indícios claros de que ele buscava deixar o país antes do início da operação.
A ação, batizada de Compliance Zero, cumpre sete mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal.
A investigação começou em 2024, após sinais de fabricação e venda de carteiras de crédito sem lastro pelo conglomerado.