Fachada do Banco Master, em São Paulo (SP) (Foto: Sophia Lima Bernardes/BP Money)
Fachada do Banco Master, em São Paulo (SP) (Foto: Sophia Lima Bernardes/BP Money)

Investigadores acreditam que a compra do Banco Master pela Fictor Holding, anunciada na noite de segunda-feira (17), tenha sido uma “cortina de fumaça” para a possível tentativa de fuga de Daniel Vorcaro. Informações via Valor Econômico.

Vorcaro, dono do Master, teria suspeitado da sua prisão, cuja ordem foi assinada também na segunda-feira.

Em nota, a Fictor declarou que tomou conhecimento da liquidação extrajudicial do Banco Master e da prisão de Daniel Vorcaro através da imprensa. O grupo também afirmou que suspendeu a proposta de compra do banco.

“Reafirmamos nosso absoluto respeito ao Banco Central do Brasil e aos demais órgãos de segurança e controle, bem como nosso compromisso com a integridade, a transparência e a estabilidade do sistema financeiro brasileiro. Por se tratar de tema sob análise das autoridades, a Fictor não comentará o mérito das investigações”, disse o grupo.

Além de Vorcaro, foram presos preventivamente: Augusto Ferreira Lima, ex-CEO do Master; Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia; Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria; e Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, que consta como um dos sócios do Master. Já temporariamente foram presos André Felipe de Oliveira Seixas Maia e Henrique Souza e Silva Peretto, fundadores da fintech Cartos.

Sobre a Fictor

Fundado em 2007, o Grupo Fictor é uma holding de participação e investimentos que atua no Brasil e tem presença internacional em Portugal e EUA, cujo foco é investir em empresas que atuam em setores estratégicos da economia – principalmente alimentação (proteína animal e agronegócio)infraestrutura e energia e serviços financeiros (meios de pagamento, crédito, gestão de fundos).

O CEO e sócio-fundador do grupo se chama Rafael Góis e o grupo afirma ter mais de US$ 1 bilhão de ativos.

Prejuízo líquido baixo

Em 2024, o grupo projetou faturamento de aproximadamente R$ 3,5 bilhões e meta para 2025 de cerca de R$ 5 bilhões.

No primeiro trimestre de 2025, o Fictor Alimentos reportou prejuízo líquido de R$ 620 mil. Segundo a empresa, o resultado foi consequência de um processo de reorganização societária ocorrido em 2024.

O Fictor Holding tem como estratégia declarada a expansão inorgânica, ou seja, a aquisição de ativos prontos para acelerar o seu crescimento.

Antes do Banco Master, em março deste ano, o grupo foi vencedor da aquisição de uma UPI (Unidade Produtiva Isolada) da Mellore Alimentos em Betim (MG), com capacidade de 1.691 toneladas por mês de produtos de origem animal. O valor da aquisição foi deR$ 30,45 milhões, com início de pagamento escalonado.