
Apesar do endividamento dos consumidores, os comerciantes do varejo estão otimistas para a Black Friday deste ano, na última sexta-feira do mês novembro. O levantamento realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) revela o setor espera movimentar R$ 5,4 bilhões, maior volume desde 2010 – quando foi iniciada a pesquisa.
O resultado projetado representa um avanço de 2,4% em comparação com a mesma data em 2024. Pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (19).
“É momento de cautela na economia nacional, de incertezas no cenário externo e de endividamento recorde das famílias brasileiras, mas, ainda assim, veremos um incremento nas vendas da Black Friday este ano”, afirma José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, observando que o aumento poderia ser ainda maior, caso houvesse mais isonomia tributária em relação às compras internacionais.
“A queda do dólar, ao mesmo tempo em que ajuda a controlar a inflação, amplia o volume de remessas do exterior para o Brasil, sendo um fator limitante para o desempenho do varejo brasileiro, que ainda está em desvantagem tributária em relação aos exportadores de bens de consumo para o País”, completa Tadros.
Para a Black Friday de 2025, os segmentos de hiper e supermercados (R$ 1,32 bilhão), eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,24 bilhão) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,15 bilhão) deverão responder por mais de dois terços (68%) da movimentação financeira prevista. Outros ramos do varejo com altas cifras devem ser o de vestuário e acessórios (R$ 0,95 bilhão) e o de farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 0,38 bilhão).
Vendas no varejo recuam 0,3% em setembro, após leve alta
O volume de vendas do comércio varejista brasileiro caiu 0,3% em setembro, na comparação com agosto, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (13) pelo IBGE. O resultado interrompe uma sequência de estabilidade no mês anterior (0,1%) e marca predominância de taxas negativas entre as atividades pesquisadas.
Na média móvel trimestral, o setor apresentou estabilidade (-0,1%). Em relação a setembro de 2024, o varejo cresceu 0,8%, registrando a sexta taxa positiva consecutiva nessa base de comparação. No acumulado de 2025, o avanço é de 1,5%, e nos últimos 12 meses, de 2,1%.
No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e o atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, as vendas avançaram 0,2% frente a agosto.