Home office (Foto: Olia Danilevich/Pexels)
Home office (Foto: Olia Danilevich/Pexels)

O número de pessoas que trabalham em home office caiu de 8,4% para 7,9%, aponta a edição especial da Pnad Contínua, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada nesta quarta-feira (19). Resultado marca a segunda queda consecutiva em dois anos.

Em 2024, eram quase 6,6 milhões de pessoas que trabalhavam em casa, enquanto em 2022 o número superava 6,7 milhões. De acordo com a Agência Brasil, o ponto de inflexão foi 2023, quando quando 6,61 milhões estavam trabalhando de casa (8,2% do total).

De acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa, a classificação também vale para pessoas adeptas do coworking (escritórios compartilhados). “As pessoas falam: ‘eu trabalho de casa’, mas não necessariamente ela vai trabalhar em casa, ela pode escolher ir a um coworking”, pondera.

De acordo com o levantamento, as mulheres eram a maioria no home office, sendo 61,1% dos trabalhadores neste modelo. Observando o total de trabalhadores por sexo, 13% das mulheres estavam em home office, enquanto os homens eram 4,9% desta quantidade.

O pesquisador do Instituto aponta que o trabalho remoto  “claramente deu uma arrancada depois da pandemia”.

Em 2012, quando a pesquisa começou a ser feita, apenas 3,6% das pessoas trabalhavam de casa. Em 2019 o número subiu para 5,8% e chegou ao seu auge em 2022, quando eram 8,4%.

O home office voltou a ganhar evidência com casos como o do Banco Itaú, quando o remoto foi citado por alguns trabalhadores como motivo para demissões, e do Nubank, que mudou as regras para o teletrabalho e a insatisfação terminou com a demissão de 12 funcionários.

Onde as pessoas trabalham?

A pesquisa aponta que mais da metade dos trabalhadores ainda está no “presencial”, sendo 59,4% em atividade no próprio estabelecimento.

Confira a lista completa:

– estabelecimento do próprio empreendimento: 59,4%

– local designado pelo empregador, patrão ou freguês: 14,2%

– fazenda, sítio, granja, chácara etc.: 8,6%

– domicílio de residência: 7,9%

– veículo automotor: 4,9%

– via ou área pública: 2,2%

– estabelecimento de outro empreendimento: 1,6%

– domicílio do empregador, patrão, sócio ou freguês: 0,9%

– outro local: 0,2%

Trabalho nos veículos

Um dos destaques da pesquisa do IBGE é quanto ao número de pessoas que trabalham em veículos, que passou de 3,7% em 2012 para 4,9% em 2024. Para Kratochwill, esse cenário reflete o surgimento de serviços de aplicativo como Uber e 99.

“Com certeza há um impacto do transporte de passageiros”, diz. “Mas não se pode desconsiderar essa nova onda de food truck (venda de comida em veículos). Cada um, um pouquinho favorece para isso”, acrescentou.

Nesta categoria, apenas 5,4% são mulheres. De todo o universo da pesquisa, 7,5% dos homens trabalham em carros, enquanto são 0,7% das mulheres