
O governo dos EUA ampliou nesta semana a lista de produtos brasileiros isentos da tarifa adicional de 40% imposta no contexto da guerra comercial.
Mais de 200 itens foram adicionados ao grupo que não sofrerá a sobretaxa, incluindo café, carne bovina, frutas, castanhas, especiarias e outros produtos agrícolas, cerca de 10% da pauta exportadora do Brasil para o mercado americano.
A medida suaviza o impacto das restrições comerciais anunciadas em agosto. Naquele momento, aproximadamente 50% das exportações brasileiras para os EUA haviam sido liberadas das tarifas extras, evitando um choque maior, mas sem contemplar categorias sensíveis como café e carne, que continuaram pagando taxas elevadas.
Com a atualização de novembro, esses produtos passam a retornar ao patamar tarifário anterior ao conflito. Importações feitas desde 13 de novembro terão direito a reembolso da cobrança extra, segundo o governo americano.
A mudança é vista como um avanço relevante não apenas pelo peso econômico das mercadorias incluídas, mas também por sua importância política dentro dos Estados Unidos.
Apesar do alívio, a flexibilização não significa o fim da disputa tarifária.
“O recuo não encerra o conflito, mas representa uma resposta à pressão de setores americanos afetados pelas medidas. Ainda que limitado, o efeito é positivo para o Brasil”, avalia Leonardo Costa, economista da ASA.
Ao todo, mais de 60% da pauta exportadora do país já está fora da sobretaxa de 50% aplicada pelo governo Trump.