
A Eli Lilly alcançou nesta sexta-feira (21) o valor de mercado de US$ 1 trilhão, tornando-se a primeira farmacêutica a entrar no clube dominado por empresas de tecnologia. O movimento reforça o domínio crescente da companhia no mercado de medicamentos para obesidade, hoje um dos segmentos mais lucrativos da indústria global de saúde.
A valorização de mais de 35% das ações em 2025 é impulsionada pelo forte desempenho do Mounjaro e do Zepbound, baseados em tirzepatida. No último trimestre divulgado, os dois produtos já somavam mais de US$ 10 bilhões em vendas combinadas, representando mais da metade da receita total da companhia, e superando inclusive o Keytruda, da Merck, como medicamento mais vendido do mundo.
Com eficácia maior que a concorrência e uma expansão mais rápida da produção, a Lilly ultrapassou a Novo Nordisk em prescrições nos EUA. A rival, que lançou primeiro o Wegovy, enfrentou problemas de oferta que abriram espaço para a americana assumir a liderança do setor.
A alta da demanda por medicamentos para emagrecimento também elevou as expectativas de Wall Street. As ações da Lilly são negociadas a cerca de 50 vezes o lucro projetado, uma das maiores avaliações do setor. Desde o lançamento do Zepbound no fim de 2023, os papéis acumulam mais de 75% de alta, contra cerca de 50% do S&P 500.
A farmacêutica deve se beneficiar de acordos com o governo Donald Trump e de investimentos bilionários na expansão da produção nos EUA, ampliando ainda mais o acesso aos tratamentos. Embora a política de preços possa afetar as margens no curto prazo, analistas afirmam que o movimento fortalece o mercado no longo prazo.
Mesmo com desafios de manutenção de margens e expansão industrial, a conquista do valor de US$ 1 trilhão marca um ponto de virada para a Lilly, e coloca o setor farmacêutico mais perto do protagonismo antes reservado às gigantes de tecnologia.