O vice-presidente do Fed (Federal Reserve), Philip Jefferson, afirmou na última sexta-feira (21), que vê como pouco provável que a forte valorização das ações ligadas à inteligência artificial provoque um movimento semelhante ao boom — e posterior colapso — das empresas ponto.com no fim dos anos 1990.
Para ele, o cenário atual é diferente porque as companhias de IA já estão consolidadas no mercado e apresentam lucros efetivos.
Um relatório recente do banco central dos EUA mostrou que cerca de 30% dos entrevistados enxergam uma eventual mudança no entusiasmo em torno da IA como um risco significativo tanto para o sistema financeiro americano quanto para a economia global.
Jefferson, porém, ponderou que o otimismo atual ocorre em um ambiente financeiro “sólido e resiliente” e ressaltou que, ao contrário do que ocorreu na era das ponto.com, essas empresas não têm recorrido a altos níveis de endividamento para sustentar suas operações.
Alavancagem limitada reduz risco sistêmico, avalia dirigente do Fed
Segundo ele, o uso ainda restrito de alavancagem pelas empresas de inteligência artificial diminui a probabilidade de que uma eventual mudança de humor dos investidores se espalhe para a economia como um todo.
Jefferson ponderou, porém, que futuros aportes em infraestrutura podem elevar o endividamento do setor e, em um cenário de reversão, ampliar as perdas.
Impactos da IA ainda são incertos
O vice-presidente do Fed afirmou ainda que a IA tem potencial para transformar o mundo de maneira profunda e “irregular”, embora seja prematuro avaliar como essa tecnologia afetará o mercado de trabalho, a inflação e a condução da política monetária.
Membro com direito a voto no Fomc (Comitê de Mercado Aberto), Jefferson apoiou a redução de 0,25 ponto percentual nos juros decidida na reunião de outubro, alinhado à maioria dos formuladores de política.