
O BC (Banco Central) deu início, neste domingo (23), à oferta da nova versão do MED (Mecanismo Especial de Devolução) do Pix. Batizado de MED 2.0, o sistema amplia o rastreamento de recursos envolvidos em fraudes, golpes e situações de coerção, permitindo mapear toda a cadeia de contas por onde o dinheiro transita antes de ser dispersado pelos criminosos.
A mudança corrige uma das principais fragilidades da versão atual, que só permite o bloqueio e a devolução de valores na primeira conta que recebe o dinheiro ilícito. Como fraudadores costumam fragmentar e redirecionar rapidamente os recursos, a recuperação se tornava limitada. Agora, o BC passa a seguir o rastro completo da movimentação, mesmo quando os valores são pulverizados em diversas contas.
Com a atualização, as instituições financeiras poderão realizar devoluções em até 11 dias após a contestação apresentada pela vítima. A adoção é opcional neste primeiro momento, e cada banco decide se vai liberar imediatamente o serviço. O diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, Renato Gomes, afirmou que a expectativa é de adesão ampla já no início da operação. Segundo ele, o novo desenho “permite rastrear o dinheiro em mais camadas”, bloqueando valores dispersos com muito mais eficiência.
As instituições têm até 2 de fevereiro de 2026 para tornarem a oferta do MED 2.0 obrigatória. Até lá, o BC espera que o mecanismo reduza perdas financeiras de consumidores e aumente a capacidade de resposta contra fraudes estruturadas na rede do Pix.