
A defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, deve apresentar um novo pedido de habeas corpus pela liberdade do banqueiro nesta segunda-feira (24), mas agora ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Vorcaro já teve um pedido anterior negado pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Na decisão, a magistrada declarou que a interrupção dos atos criminosos era necessária e que a liberdade de Vorcaro, no cenário de fraude sistêmica e obstrução da fiscalização encontrado pelos investigadores, representaria risco concreto.
O banqueiro foi preso na última segunda-feira (17) pela Polícia Federal quando tentava embarcar em um avião no Aeroporto de Guarulhos para deixar o país. Segundo InfoMoney, a operação, batizada de Compliance Zero, investiga indícios de fraudes na aquisição do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília).
Além de Vorcaro, foram presos outros diretores e sócios do Master, e o presidente do BRB, Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa, foi afastado das funções.
PF apreendeu R$ 230 mi em bens de Daniel Vorcaro e outros envolvidos
A PF (Polícia Federal) apreendeu R$ 230,13 milhões na Operação Compliance Zero, que apura a venda de carteiras de crédito fraudulentas do Banco Master para o BRB (Banco de Brasília). O balanço atualizado foi divulgado nesta quinta-feira (20).
Na atualização, a PF informou que foram apreendidos R$ 9,2 milhões em veículos, R$ 2 milhões em espécie, R$ 6,15 milhões em relógios, R$ 12,4 milhões em obras de arte e R$ 380 mil em joias, além de uma aeronave.
A operação foi deflagrada na terça-feira (18). Segundo o Valor, os policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 25 mandados de busca e apreensão.
Quem é Augusto Lima, ex-CEO do Master preso pela PF
A Polícia Federal prendeu, na terça-feira (18), o empresário Augusto Lima, ex-sócio e ex-CEO do Banco Master, no mesmo dia em que o banqueiro Daniel Vorcaro também foi detido. A ação faz parte da Operação Compliance Zero, que investiga a “possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes” por instituições financeiras.
A PF não detalhou os alvos, mas apurações de O Globo e Valor Econômico indicam que executivos do Master e do BRB (Banco de Brasília) teriam criado cerca de 20 títulos de crédito falsos para justificar uma transferência de R$ 12,2 bilhões do BRB para o banco de Vorcaro.Na CPI do Crime Organizado, o diretor-geral da PF, Andrei Passos, afirmou que a operação mira uma fraude estimada em R$ 12 bilhões.