Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A oposição ameaça promover uma nova obstrução na Câmara dos Deputados em reação à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou ao Metrópoles que o bloco não votará nada — incluindo o Orçamento de 2026 — até que o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro seja pautado e analisado em plenário.

Sóstenes disse ainda que procurará o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), para discutir o tema. Bolsonaro foi preso na manhã de sábado (22) por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Segundo a oposição, o projeto de anistia original, de caráter amplo, geral e irrestrito, beneficiaria o ex-presidente.

Esta seria a segunda obstrução promovida pela oposição na Câmara em defesa da anistia. A primeira ocorreu em agosto de 2025, quando bolsonaristas escalaram o movimento e promoveram um motim, ocupando fisicamente o plenário para exigir a votação do projeto — em reação à prisão domiciliar do ex-presidente.

Oposição tenta ampliar isenção do IR para R$ 10 mil no Senado

Partido Liberal (PL) vai apresentar no Senado uma emenda para ampliar a faixa de isenção do IR (Imposto de Renda) para contribuintes que recebem até R$ 10 mil mensais.

A medida pretende alterar o projeto já aprovado pela Câmara, que fixou a isenção em R$ 5 mil a partir de 2026.

A proposta será protocolada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), que acredita em boa receptividade da Casa.

“Acho que vai aprovar. É evidente que haverá alguns destaques. A proposta do PL é ampliar a faixa de isenção para R$ 10 mil, e não para R$ 5 mil, que ainda é pouco. Chegando aqui [no Senado], votamos rápido”, disse.

Tentativa frustrada na Câmara

Na Câmara, o PL já havia tentado incluir a mesma emenda, mas o relator Arthur Lira (PP-AL) rejeitou o texto sob o argumento de falta de compensação fiscal.

Segundo o governo, elevar a isenção para R$ 10 mil teria impacto insustentável nas contas públicas.