
O mercado de trabalho dos EUA voltou a mostrar sinais de enfraquecimento. Empresas privadas cortaram, em média, 13,5 mil vagas por semana nas quatro semanas até esta terça-feira, segundo atualização da ADP.
No levantamento anterior, o ritmo era de apenas 2,5 mil demissões semanais.
Com a paralisação parcial do governo ainda atrasando a divulgação de dados oficiais, indicadores alternativos vêm preenchendo lacunas sobre a atividade econômica.
Alguns órgãos já divulgaram novos cronogramas, mas estatísticas consideradas essenciais, como o payroll, só retornam em dezembro.
A escassez de dados ocorre pouco antes da reunião de política monetária do Federal Reserve, marcada para 9 e 10 de dezembro. Nos últimos dias, dirigentes do Fed intensificaram o discurso a favor de novos cortes de juros, levando o mercado a precificar uma redução já no encontro do mês que vem.
Em nota a clientes, Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs, disse que o calendário favorece um corte agora. Com o relatório de empregos reagendado para 16 de dezembro e o CPI para o dia 18, há “pouco no calendário que possa impedir um corte em 10 de dezembro”, afirmou ele, citado pela imprensa internacional.
Hatzius avaliou ainda que, quando as divulgações forem retomadas, os dados devem mostrar “novas perdas de empregos em outubro”, apesar da criação acima do esperado de 119 mil vagas registrada em setembro pelo BLS.
A equipe do banco projeta um corte em dezembro e mais duas reduções de 0,25 ponto em 2026.