
O crédito ampliado ao setor não financeiro atingiu R$ 20,1 trilhões em outubro, equivalente a 160% do PIB, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo BC (Banco Central).
O volume avançou 1,3% no mês, impulsionado pelo aumento dos títulos públicos, dos empréstimos do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e das captações no mercado doméstico por não residentes. Em 12 meses, o indicador cresceu 11,9%.
Entre os segmentos, o crédito ampliado às empresas somou R$ 6,8 trilhões (54,3% do PIB), alta de 0,9% no mês, com destaque para o avanço de 2,4% nos títulos de dívida. Para as famílias, o crédito chegou a R$ 4,7 trilhões (37,1% do PIB), crescimento de 1,3% no mês e 11,7% em 12 meses.
Expansão do crédito do SFN
O estoque de crédito do SFN cresceu 0,9% em outubro, alcançando R$ 6,9 trilhões. O crédito para empresas avançou 0,3%, enquanto o destinado às famílias subiu 1,3%. Na comparação anual, o ritmo permaneceu em 10,2%.
No crédito livre, o saldo somou R$ 4 trilhões, com aumento de 0,7% no mês. As concessões às empresas recuaram 0,6%, pressionadas por reduções em desconto de duplicatas, capital de giro de curto prazo e cartão de crédito rotativo, modalidade que caiu 35,3%.
Já o crédito livre às famílias cresceu 1,6%, com altas disseminadas entre modalidades como cartão total (+2,2%), crédito pessoal não consignado (+2,1%), consignado no setor privado (+9,6%) e financiamento de veículos (+1,4%).
O crédito direcionado encerrou o mês com R$ 3 trilhões, avanço de 1,1% no mês e 12,2% em 12 meses. As linhas para empresas cresceram 1,7%, e para famílias, 0,8%.
Juros sobem e spread bancário avança
A taxa média de juros das novas concessões atingiu 31,9% ao ano, alta de 0,6 ponto percentual no mês. Para empresas, a taxa chegou a 21,7%, enquanto para famílias subiu a 36,6%.
O crédito livre permanece pressionado: os juros chegaram a 46,3%, com forte impacto do cartão rotativo e do cheque especial. Nas empresas, a taxa média subiu para 25,2%, enquanto nas famílias alcançou 58,7%.
O spread bancário avançou para 20,8 pontos percentuais, alta de 0,5 p.p. no mês e 2,6 p.p. em 12 meses.
Inadimplência se mantém elevada
A inadimplência total do SFN ficou em 4,0% em outubro, após leve alta de 0,1 p.p. no mês. No crédito livre, o índice permaneceu em 5,3%.
Para empresas, a inadimplência chegou a 3,3%, enquanto entre famílias atingiu 6,7%, refletindo pressões sobre o orçamento doméstico.
O endividamento das famílias alcançou 49,1% em setembro, e o comprometimento de renda subiu para 28,8%, o maior nível da série histórica.
Agregados monetários
A base monetária somou R$ 431,9 bilhões, alta de 0,5% no mês. O M1 caiu 3,5%, refletindo a queda dos depósitos à vista.
O M2 cresceu 0,4% (R$ 7,2 trilhões), puxado pelos depósitos a prazo. O M3 avançou 1% e o M4, 0,9%, totalizando R$ 14,6 trilhões.