Escritório Patria Investimentos
Foto: Divulgação Patria

O Patria Investimentos anunciou nesta quarta-feira (26) a compra de 51% da Solis Investimentos, uma das principais gestoras especializadas em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) no país. O valor não foi divulgado, mas o acordo prevê a opção de aquisição da fatia restante em até três anos, consolidando o avanço da gestora no mercado de crédito estruturado.

A transação ocorre em um momento em que os FIDCs se tornaram um dos instrumentos de crédito privado que mais crescem no Brasil, um mercado que saltou de R$ 200 bilhões para quase R$ 800 bilhões em quatro anos, impulsionado por juros altos e pela demanda reprimida por financiamento fora do sistema bancário tradicional.

Patria amplia originação de crédito e reforça a plataforma de investimentos

Com mais de US$ 50 bilhões sob gestão globalmente, o Patria busca fortalecer sua presença em crédito, hoje responsável por uma fatia relevante de seu portfólio. A entrada da Solis, que administra R$ 28 bilhões em fundos (ou R$ 19 bilhões descontando FICs), reforça a capacidade de originação da gestora, especialmente em crédito pulverizado.

“Eles têm uma base de ativos grande, são líderes no segmento, então, sim, é uma quantia importante”, afirmou José Augusto Teixeira, sócio do Patria. “A aquisição nos dá mais oportunidades de geração de crédito dentro do ecossistema.”

O executivo destaca que a demanda por crédito no país segue “engargalada”, estimada em cerca de R$ 9 trilhões, espaço que o Patria pretende ocupar com uma plataforma mais integrada e escalável.

Solis mantém independência operacional

Fundada em 2015 por Ricardo Binelli e Delano Macêdo, a Solis passou a figurar entre as principais casas de FIDCs do país, com mais de 30 mil cotistas, cerca de 120 fundos e crescimento anual acima da média do mercado. Os fundadores permanecem na liderança, mantendo autonomia na gestão.

“O DNA da Solis que nos trouxe até aqui será respeitado e mantido”, afirmou Macêdo. Já Binelli reforça que a estratégia segue inalterada: “A Solis é reconhecida como a casa dos FIDCs. Embora nossa estratégia continue a mesma, agora temos potencial ainda maior para criar veículos para investidores qualificados e de varejo.”

Integração amplia oferta para investidores e empresas

Com o negócio, o Patria conecta sua capacidade de captação global e local à expertise da Solis em análise e estruturação de FIDCs. A combinação deve ampliar o portfólio disponível a investidores e criar estruturas de financiamento mais eficientes para empresas.

“Estamos combinando a agilidade e a capacidade técnica da Solis com o acesso a capital global e local do Patria”, disse Teixeira. “Isso fortalece ambas as plataformas e amplia a oferta para investidores e companhias.”

A etapa final do acordo prevê a integração total da Solis ao Patria dentro de três anos.