
O império empresarial construído por Daniel Vorcaro, preso pela Polícia Federal em novembro, começa a ruir. A Titan Capital, holding que gerenciava um portfólio com mais de 30 empresas em setores como mineração, saúde, turismo e futebol, vê seus investimentos se desmancharem após o colapso do Banco Master e as investigações sobre crimes financeiros. Afirma Estadão
A mineradora Itaminas foi a primeira a anunciar a saída de Vorcaro do quadro dos sócios. O empresário detinha metade das ações da companhia, que foram adquiridas pelos sócios remanescentes Argeu Géo e Rodrigo Gontijo. A transação ocorreu de forma reservada, sem divulgação de valores.
O banqueiro havia diversificado seus investimentos em empresas como a farmacêutica Biomm, Gafisa, Light, Westwing e Oncoclínicas. Na área de varejo, a gestora WNT Capital, da qual Vorcaro era principal investidor, controlava 56% da Veste (ex-Restoque), dona das marcas Le Lis e Dudalina.
Atlético-MG no centro da polêmica
O caso mais polêmico envolve o Atlético-MG onde Vorcaro investiu R$300 milhões no clube entre 2023 e 2024 através do fundo Galo Forte, adquirindo participação de 26,9% da Galo Holding. Investigações da Polícia Federal indicam que parte desses recursos pode ter origem em fundos ligados ao PCC, embora o clube negue conhecimento de irregularidades.
Entre os ativos luxuosos acumulados pelo banqueiro estão o hotel Fasano Itaim em São Paulo, o boutique hotel Botanique em Campos do Jordão e uma mansão em Trancoso. Vorcaro também possuía uma frota de jatos executivos, incluindo um Falcon 7X avaliado em milhões de dólares.
A derrocada começou em março, quando uma tentativa de venda do Banco Master ao BRB foi rejeitada pelo Banco Central. Em novembro, Vorcaro foi preso no Aeroporto de Guarulhos ao tentar embarcar para Malta, e o BC decretou a liquidação extrajudicial do banco, bloqueando todos os seus bens.