
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), avaliou, durante almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), que o início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama de golpe pode abrir espaço para que a direita bolsonarista busque diálogo com o centro para 2026.
No evento, Leite foi questionado sobre a possibilidade de uma futura aliança com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O governador Tarcísio tem habilidade de gestão, conhecimento técnico e capacidade política, mas, para que se possa construir em torno dele alguma coalizão, é ele que deve deixar o bolsonarismo e vir mais ao centro. Não é o centro que vai se bolsonarizar”, afirmou o governador gaúcho.
O governador Eduardo Leite foi o convidado do Almoço do Empresário promovido pela ACRJ na última sexta-feira (28), quando abordou diversos temas e mostrou sua visão de país baseada em gestão profissional, responsabilidade fiscal e políticas públicas sustentadas em dados.
Na conversa conduzida pelo presidente da ACRJ, Josier Vilar, o governador falou o modelo de gestão pública do Rio Grande do Sul, programas de segurança pública e de educação de seu estado.
Leite falou sobre oportunidades de investimentos
Também foram abordados, na conversa, temas como oportunidades de investimento, mencionando ainda as ações de recuperação do estado depois da tragédia climática e o processo eleitoral em 2026, entre outros temas.
No tema segurança pública, o governador destacou alguns resultados do programa RS Seguro, como a redução dos homicídios, roubos e crimes patrimoniais.
Leite atribuiu o sucesso do programa ao avanço na integração policial, além da governança, da inteligência, do foco em lideranças do crime e de restrições mais rígidas no sistema prisional.
“O modelo é consistente e continua gerando resultados melhores ano após ano, desde 2023”, afirmou.
Ele também mencionou a importância do associativismo e das instituições, como a ACRJ, que representam o empresariado.
“É essencial ouvir associações comerciais para melhorar o ambiente de negócios e impulsionar produtividade e prosperidade”, disse.
Na área econômica, Eduardo Leite defendeu o ajuste fiscal pelo lado da despesa, a não criação de novos impostos para recuperar credibilidade e atrair investimentos, reforçando o discurso de eficiência.
Reformas e ajustes que melhoraram as contas
Leite explicou que o Rio Grande do Sul saiu de um colapso fiscal para recuperar capacidade de investimento com reformas estruturais que reduziram o déficit previdenciário pela metade e elevaram o orçamento para investimentos de 2% para quase 11% da receita.
“O estado hoje é um bom lugar para se investir. Assinamos, para os próximos 15 anos, R$ 72 bilhões em PPPs e privatizações, ampliamos a digitalização de serviços e reduzimos carga tributária, consolidando um ambiente pró-negócios”, disse.
Questionado pelo presidente Josier Vilar sobre o uso das Emendas Parlamentares, o governador criticou o atual volume de emendas, afirmando que ultrapassa os limites razoáveis.
“O excesso compromete políticas públicas estratégicas e deve ser contido, preservando planejamento e prioridades nacionais”, complementou o governador.