
O desembargador do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) mudou de ideia e reconheceu a carta de fiança apresentada pelo Deutsche Bank como suficiente para cumprir a decisão da 3ª Vara Empresarial da Comarca do estado – onde está correndo a recuperação judicial da Ambipar (AMBP3). Decisão foi obtida pela Broadcast, via E-Investidor.
Leonardo de Castro Gomes, o juiz da recuperação judicial, já havia pedido que o banco depositasse R$ 168 milhões em conta judicial aceitando a carta fiança. A Ambipar recorreu junto ao TJ-RJ e Martins exigiu que o Deutsche fizesse o depósito em dinheiro.
A reconsideração do desembargador Mauro Pereira Martins vem dois dias após o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) aceitar o pedido do Deutsche Bank para evitar depósito exigido por Martins e que teria de ser feito nesta segunda-feira (1º). O tribunal se manifestou no sábado (29), mantendo a carta de fiança bancária e comunicou com urgência para o TJ-RJ e a 3ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro.
Os R$ 168 milhões dizem respeito à margem depositada pela Ambipar relativa a contratos de swap cambial contratado pela Ambipar junto ao Deutsche, por ocasião da emissão de bonds pela empresa de gestão de resíduos, em 2024 e 2025. Esse é o cerne das argumentações da Ambipar para recorrer à recuperação judicial.
O desembargador também tirou do segredo de justiça os processos relativos à essa questão que correm atualmente.
A discussão em torno dos contratos de swap, utilizados para blindar empresas da variação do dólar, está para acontecer em Câmara Arbitral. O Deutsche Bank entrou, na sexta-feira (28), com um pedido de urgência para abertura de processo arbitral, o que pode levar até quatro meses para ser instalado, apurou a Broadcast.
Ambipar (AMBP3) adia divulgação do balanço em meio a crise
A Ambipar (AMBP3) adiou por tempo indeterminado a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2025, previsto para a quarta-feira (12). Segundo o comunicado enviado ao mercado, a decisão está relacionada aos desafios do processo de recuperação judicial. Informações via Money Times e O Globo.
“O adiamento decorre, principalmente, do processo de recuperação judicial da companhia (…), que impactou a conclusão dos trabalhos de revisão, pela companhia, seus assessores e auditores independentes, das informações financeiras e contábeis”, diz o comunicado.
A companhia também afirmou que as mudanças recentes na Diretoria Financeira exigiram ajustes internos nos processos de reporte e validação, atrasando o cronograma previsto.