
A Bombriu anunciou nesta terça-feira (2) que a Justiça de São Paulo homologou o plano de recuperação judicial da companhia e de suas controladas. De acordo com a Exame, a Bombril vê nesse movimento a chance de iniciar um “novo ciclo de crescimento, com ganhos para credores, investidores e demais interessados”.
A companhia pediu recuperação judicial em fevereiro deste ano, alegando pressão de autuações da da Receita Federal que apontam uma suposta falta de recolhimento de tributos sobre operações com títulos de dívida estrangeiros (T-Bills). As discussões somam cerca de R$ 2,3 bilhões.
A Bombril enfrentava, ainda, vencimentos antecipados que podem chegar a R$ 220 milhões, envolvendo credores como Banco ABC Brasil, C6 Bank, Banco Daycoval e Tribanco.
Com a homologação do plano e a expectativa de um acordo tributário favorável a empresa afirmou que acredita que vai conquistar uma estrutura financeira mais saudável e abrir um novo ciclo de crescimento. Segundo a Bombril, esse cenário tem potencial para beneficiar credores, investidores e demais interessados.
Processo de reorganização
No plano da Bombril consta as propostas de recuperação, como reorganização societária, com possibilidade de fusões, cisões e outras operações com eficiência organizacional e alienação de ativos com a criação de UPIs (Unidades Produtivas Isoladas). Um exemplo é a venda de uma unidade fabril completa sem os passivos associados.
Outra medida apresentada é a captação de novos recursos para continuidade das operações, com novos financiamentos, empréstimos e linhas de crédito. Também há a possibilidade de oferecer garantias reais ou fiduciárias para obter esses recursos.
As empresas do grupo Bombril irão reestruturar suas dívidas com os credores concursais (aqueles sujeitos à recuperação judicial) oferecendo opções de pagamento de acordo com o tipo de crédito. As opções podem ser descontos no valor devido, parcelamento em longo prazo (alguns com início em até 60 meses), pagamentos à vista com limite de valor e correção monetária baseada na Taxa TR.
“O plano estabelece os termos e condições propostos relativamente às principais medidas que poderão ser adotadas visando a superação da atual situação econômico-financeira da Companhia, a continuidade de suas atividades, a preservação de valor e a promoção de sua função social”, disse a empresa em comunicado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).