
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, tem adotado medidas extremas de segurança pessoal, trocando frequentemente de celular e alterando onde dorme.
Essas mudanças ocorrem em meio a intervenção militar dos Estados Unidos começaram a aumentar, conforme reportagem do jornal The New York Times baseada em fontes próximas ao regime.
A escalada das tensões ganhou novo capítulo nesta semana, quando o presidente Donald Trump confirmou ter conversado por telefone com o líder venezuelano, embora tenha se recusado a detalhar o conteúdo da ligação.
Apoio cubano e tensão interna
Para reforçar sua proteção pessoal, Maduro recorreu a Cuba, importante aliado do regime venezuelano.
Segundo a publicação americana, o ditador ampliou significativamente o papel de guarda-costas cubanos em sua segurança e inseriu novos oficiais de Havana em posições estratégicas de contraespionagem dentro das Forças Armadas venezuelanas.
Fontes ouvidas pelo The New York Times revelam que o círculo íntimo de Maduro tem sido cada vez mais afetado por sentimentos de preocupação e tensão. Apesar disso, o próprio ditador demonstra acreditar que consegue manter o controle da situação.
Em público, Maduro mantém uma postura firme e afirma que “o país não será derrotado”.
Em suas redes sociais, o líder venezuelano cultiva uma imagem de descontração, tendo publicado recentemente um vídeo onde aparece dirigindo e brincando pelas ruas de Caracas ao lado de um apoiador.
Esse contraste entre a aparente tranquilidade pública e as medidas de segurança rigorosas nos bastidores revela a complexidade do momento vivido pelo regime.
Designação como organização terrorista
A origem das preocupações de segurança está diretamente ligada à recente designação, pelos Estados Unidos, do Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira.
Washington acusa Maduro de liderar o grupo, que incluiria diversos altos funcionários do regime venezuelano.
O Cartel de los Soles é um termo utilizado para descrever uma rede descentralizada de grupos venezuelanos dentro das Forças Armadas com ligações ao tráfico internacional de drogas, segundo especialistas em segurança.
Maduro sempre negou qualquer envolvimento pessoal com o narcotráfico, e seu governo repetidamente nega a existência do suposto cartel.
Alguns especialistas sugerem que a organização pode nem existir no sentido convencional de um cartel, tratando-se mais de uma rede fragmentada de corrupção militar do que de uma estrutura centralizada.