
Fernando Sampaio, CFA, sócio da Brasil Capital, analisou os possíveis cenários macroeconômicos pós-eleição de 2026, comparando a eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a reeleição de Luíz Inácio Lula da Silva (PT).
Resultado foi apresentado durante o Finance Day, evento realizado, nesta quarta-feira (3), pelo BP Money e que tem como tema “Entre urnas e juros: o que o investidor precisa saber para 2026”. Fernando Sampaio foi o responsável pelo painel “ Entre urnas e mercados: como transformar incerteza em estratégia de investimento“
Sampaio pediu que economistas do BTG fizessem projeções macroeconômicas – como as do Boletim Focus – para saber o que pode acontecer com a bolsa nos próximos dois anos, tendo em vista a assimetria entre valor e preço necessária para o mundo dos investimentos.
No cenário em que Tarcísio vence, o executivo destacou o retorno do teto de gastos, que seria importante para controlar a trajetória de dívida pública. “Trajetória da dívida pública controlada, você faz o juro de longo prazo cair, então você pode baixar o juro de longo prazo de forma mais rápido”, explicou Sampaio.
Neste cenário, a inflação fica na casa dos três, convergindo para a meta. No caso da taxa de juros, Fernando Sampaio explicou que, em 2026, ela irá cair de qualquer forma, mas que existem dúvidas sobre o que ocorrerá após a eleição. Tendo isso em vista, o sócio da Brasil Capital contou que a Selic vai sair de 11,5% no fim do ano que vem para 8,5% em 2027 e 8% em 2028. O dólar sairia de R$ 5,5 e, provavelmente, iria abaixo de 5.
Já no cenário em que Lula é reeleito, Sampaio leva em consideração a manutenção da atual política fiscal, “uma política fiscal que, nos dois primeiros anos, ela basicamente não cumpriu nenhum que ela que se propôs de arcabouço fiscal”, disse ele. O executivo ainda comenta que no último ano alguns pontos chegaram a ser cumpridos, mas que a tendência é de que a dívida pública não pare de avançar.
Nesse cenário, a Selic fica em dois dígitos, ao redor dos 10%, com o dólar estável, levando em consideração os fluxos globais. Caso Lula decida gastar mais, o dólar pode saltar para R$ 6 ou R$ 7.
Tendo em vista os modelos macroeconômicos que foram traçados, a equipe pegou todos os modelos disponíveis, de empresas do portfólio da Brasil Capital, para analise da assimetria dos investimentos.
De acordo com Fernando Sampaio, as projeções mostram de uma possível vitória de Tarcísio mostram um retorno para melhor que o do governo de Jair Bolsonaro (PL), sendo ainda maior com a queda do dólar. Já no caso das projeções de Lula, o resultado seria prejudicado e ficaria no mesmo patamar do governo Bolsonaro.
“Dados os preços muito baratos e um potencial mudança de cenário relevante, esse cenário [Tarcísio] é tão relevante em termos de mudança, em termos de repercussão e de retorno potencial, que hoje a gente prefere estar 100% comprado com um portfólio equilibrado. Aí a gente pode entrar um pouco mais na recessão do portfólio, mas o portfólio tem 20% mais ou menos de empresa dolarizada, justamente pensando nesse cenário eleitoral pior”, disse Fernando Sampaio
“É uma assimetria de retorno muito relevante. Caso a gente tenha uma mudança política, e se a gente não tiver, a gente vai basicamente empatar todo o dinheiro aqui dentro”, completou.