Imagem ilustrativa mostra a presença militar dos EUA sobre a América Latina. Em destaque, um soldado norte-americano com uniforme tático e bandeira dos Estados Unidos no peito simboliza o reforço da estratégia militar. Ao fundo, a bandeira americana sobrepõe-se ao mapa da América Latina, enquanto drones sobrevoam a região, representando vigilância e expansão da influência militar na retomada da Doutrina Monroe.
Foto: Gerada por IA

Em uma guinada que reposiciona a atuação internacional dos EUA, o governo de Donald Trump apresentou, na sexta-feira (5), um novo direcionamento estratégico que recoloca a América Latina no centro das prioridades militares e diplomáticas de Washington.

O documento, chamado de Estratégia de Segurança Nacional, retoma princípios da Doutrina Monroe e estabelece diretrizes para ampliar a presença norte-americana no Hemisfério Ocidental.

De acordo com o material divulgado pela Casa Branca, a política externa norte-americana passará por um “realinhamento de foco”. Isso porque, eles irão reduzindo esforços globais para priorizar operações e parcerias na região.

O movimento ocorre em meio a tensões entre os governos de Trump e Nicolás Maduro. Além de operações militares recentes no Caribe sob justificativa de combate ao tráfico internacional de drogas.

Além disso, Trump afirma, no documento, que os EUA irão “reafirmar e fazer cumprir” a Doutrina Monroe para assegurar influência estratégica no hemisfério e impedir a expansão de atores externos, com menção indireta à China, que intensificou relações econômicas com países latino-americanos, incluindo o Brasil.

EUA ampliam ações militares e reforçam controle de fronteiras

Entre as diretrizes apresentadas, o governo norte-americano prevê a reestruturação do aparato militar na região, com maior presença da Guarda Costeira e da Marinha para vigilância de rotas marítimas e combate à migração irregular.

Em suma, o texto também menciona medidas consideradas mais duras: operações específicas para conter cartéis de drogas e a possibilidade de uso de força letal em ações de proteção de fronteira.

De acordo com o documento, a intenção é criar um ambiente de “estabilização de segurança”, fortalecendo a resposta a organizações criminosas transnacionais.

Nova política externa prevê recompensas a aliados na região

Outro ponto destacado é o plano de “alistamento e expansão” de parceiros. Os EUA pretendem incentivar governos, partidos e movimentos latino-americanos alinhados com a estratégia de Washington, oferecendo benefícios diplomáticos e materiais. A lógica é ampliar a cooperação regional tanto em temas migratórios quanto em segurança.

O governo Trump indica que recompensará países que demonstrarem sintonia com as diretrizes propostas, reforçando alianças em temas considerados sensíveis para os EUA.

Doutrina Monroe volta ao centro e cria atrito com potências globais

Ao retomar explicitamente a Doutrina Monroe, formulada no século XIX, o governo Trump sinaliza que pretende restringir a entrada de potências de fora do hemisfério em áreas consideradas estratégicas para os EUA.

Sendo assim, a diretriz atinge diretamente a expansão chinesa na América Latina, especialmente em infraestrutura, energia e telecomunicações.

Washington argumenta que a medida busca proteger a economia e a segurança norte-americanas, enquanto críticos apontam riscos de tensões diplomáticas e impactos sobre a soberania dos países da região.