
A Associação Nacional de Restaurantes (ANR) manifestou preocupação com a possibilidade de implementação de uma taxa mínima por entrega vinculada à distância percorrida pelos entregadores.
Segundo a entidade, o modelo proposto pode gerar consequências indesejadas para o ecossistema de delivery no Brasil. A principal preocupação é que estabelecimentos localizados em áreas periféricas sejam prejudicados, tornando-se menos atraentes para as plataformas de entrega.
O projeto original sugeria valores de R$10 para corridas de até 4 km, com adicional de R$2,50 por quilômetro extra. A proposta mais recente do relator, no entanto, modifica essa estrutura para uma remuneração mínima horária equivalente a 200% do salário mínimo.
A ANR argumenta que restaurantes com tickets médios mais baixos, como lanchonetes e vendedores de marmitas seriam os mais afetados.
Com dois terços dos pedidos valendo menos de R$60, a entidade teme que custos adicionais obrigatórios reduzam a frequência de compras e, paradoxalmente, diminuam também a renda dos próprios entregadores.
A discussão segue em análise na comissão especial, enquanto o setor busca um equilíbrio entre a proteção dos trabalhadores e a viabilidade econômica do modelo de delivery que se consolidou nos últimos anos.