
O apagão em São Paulo já causou um prejuízo estimado em R$ 1,54 bilhão aos setores de comércio e serviços. O vendaval atingiu o estado na última quarta-feira (10). A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) divulgou o levantamento nesta quinta-feira.
Segundo a entidade, o impacto sobre a atividade econômica foi imediato e significativo, sobretudo em serviços essenciais e no varejo.
A força dos ventos surpreendeu especialistas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as rajadas chegaram a 98 km/h na região da Lapa, na zona oeste da capital. Esse foi o maior registro desde o início das medições, em 1963.
Além disso, o apagão deixou mais de 1,3 milhão de residências sem energia na Grande São Paulo até as 13h30 desta quinta-feira (11).
Em nota, a Enel afirmou que um ciclone extratropical e um vendaval histórico atingiram a área de concessão. Segundo a empresa, o fenômeno danificou diversos trechos da rede elétrica.
De acordo com a FecomercioSP, o setor de serviços acumulou perdas superiores a R$ 1 bilhão desde o início das interrupções. Enquanto isso, o comércio registrou prejuízo aproximado de R$ 511 milhões no mesmo período.
A entidade destaca que a falta de energia afetou diretamente estabelecimentos que dependem de refrigeração, meios de pagamento eletrônicos e atendimento contínuo ao público.
Tarcísio avalia intervenção na Enel após apagão em SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta sexta-feira (11) que avalia intervir na Enel. Segundo ele, a atuação da concessionária no restabelecimento do serviço foi “absolutamente insuficiente”.
Durante evento em Carapicuíba, Tarcísio disse que a normalização completa da rede ainda pode levar alguns dias. Ele também afirmou que os maiores atrasos ocorreram justamente nas áreas atendidas pela Enel.
Tarcísio afirmou que o governo paulista vem encaminhando relatórios técnicos e ofícios à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), órgão responsável pela fiscalização do contrato. Ele ressaltou, porém, que o Estado não possui instrumentos regulatórios diretos para impor mudanças à concessionária, atribuição que cabe à agência reguladora.
A discussão sobre uma eventual intervenção ganhou força após recomendação da área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União), feita no início do mês, para que a Aneel elabore estudos sobre riscos, impactos e consequências dessa medida. Para o governador, a intervenção poderia ser uma alternativa à caducidade do contrato, desde que seja financeiramente viável e voltada a acelerar investimentos na modernização da rede elétrica.