
As ações da Azul (AZUL4) registraram uma queda acentuada de 23,58%, atingindo R$ 0,81, após a aprovação do plano de reorganização da companhia no Chapter 11, processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.
O mercado reagiu fortemente à perspectiva de diluição significativa para os acionistas minoritários, que podem ver suas participações reduzidas drasticamente.
Azul avança no Chapter 11, mas acionistas minoritários enfrentam forte diluição
Na última sexta-feira (12), o Tribunal americano aprovou o plano de reorganização da Azul. A empresa havia entrado com o pedido de recuperação judicial em Nova York em maio de 2025.
O processo permite à companhia converter grande parte de sua dívida pré-existente em ações. Além disso, ela passa a poder captar US$ 950 milhões com a venda de novos papéis. A expectativa é que a empresa saia do Chapter 11 em breve, com um balanço financeiro mais enxuto.
No entanto, o plano prevê uma diluição massiva dos acionistas minoritários devido às consideráveis conversões de dívida. A nova estrutura acionária projeta que os detentores das notas 1L (primeira linha de crédito) ficarão com cerca de 97% das ações, enquanto os 2L (segunda linha) terão aproximadamente 3%.
Como resultado, os atuais acionistas da Azul acabam sendo quase completamente diluídos, o que levou o Bradesco BBI a reiterar a recomendação de venda e a meta de preço de R$ 0,50 para o papel.
Impacto da reestruturação no valor das ações AZUL4
O BBI vê o plano como uma solução para limpar o balanço da empresa. Isso porque, ela reduzindo a dívida total e permitindo a reorganização das operações da Azul.
Contudo, a diluição significativa é um dos principais fatores que pesam sobre a recomendação do banco. Dessa forma, ele projeta um futuro sombrio para os acionistas atuais da empresa.
Além disso, a expectativa de uma nova estrutura de pagamentos de leasing e o novo capital que será injetado por investidores comprometidos podem ajudar a fortalecer as operações, mas isso não deve ser suficiente para proteger os interesses dos acionistas minoritários a curto prazo.
Plano do Chapter 11 e as implicações para os investidores
A aprovação do plano de recuperação judicial no Chapter 11 coloca a Azul no caminho de uma possível reestruturação bem-sucedida. Entretanto, com implicações negativas para os acionistas.
O banco Itaú BBA também apontou que o processo de recuperação pode afetar o valor das ações no curto prazo, uma vez que o processo de diluição e emissão de novas ações está diretamente atrelado a essa reestruturação.
Sendo assim, mesmo com a expectativa de uma Azul mais enxuta e capitalizada ao final do processo, o impacto sobre os investidores atuais não é positivo.
Em suma, o mercado está acompanhando de perto a evolução do Chapter 11, especialmente em relação às negociações de dívidas e reestruturação interna.