Vieses cognitivos por trás de más decisões financeiras, também nas apostas esportivas

O tema relacionado com o comportamento e as apostas pode ser um tanto quanto espinhoso, já que muitos acreditam que apostas são algo prejudicial por si só – o que, de fato, não é uma verdade. 

Entretanto, uma verdade sim é que as pessoas deveriam ser mais instruídas em relação às apostas, já que os vícios existem, mas é necessário ter uma abordagem responsável em relação a isso, uma vez que não se trata de algo instantâneo e que pode requerer ajuda profissional.

Além disso, temos alguns vieses cognitivos que podem levar os apostadores ao erro sem nem mesmo perceber, e é importante ter conhecimento prévio sobre o assim para evitar perdas desnecessárias.

Marketing agressivo

Antes de nos interessarmos mais precisamente pelo aspecto psicológico, podemos abordar a propaganda feita para que as pessoas apostem e caiam nessa armadilha. O marketing das apostas esportivas é bastante agressivo, omnipresente no quotidiano de todos os brasileiros.

Propagandas de TV a toda hora, presença de marcas nas camisas das suas equipes favoritas, patrocinadoras das principais competições, e ainda promoções aliciantes. Seja no próprio site das casas de apostas ou em sites de terceiros, a difusão de certas campanhas promocionais leva muitas vezes as pessoas a crer que essa oportunidade é imperdível.

Por exemplo, ao consultar a página 20bet código promocional do site Wincomparator, nos deparamos com ofertas exclusivas, vantajosas e por tempo limitado. E essa nem é a marca mais conhecida, sendo que a Betano ou a 1xBet também levam a cabo campanhas de marketing agressivas, que mexem com a psicologia de cada um.

Ilusão de controle

Um dos mecanismos que essas campanhas e as apostas esportivas no geral acabam gerando, é a ilusão de controle. Há pessoas que acreditam poder controlar resultados de alguma maneira que parece mágica, o que definitivamente não existe. 

Isso pode acontecer especialmente durante uma sequência de ganhos, onde a confiança aumenta – o que também pode levar a apostas maiores e eventualmente à perda de todos os ganhos, juntamente com o valor investido.

A teoria do custo afundado

No gerenciamento de negócios, custo afundado é um conceito sobre investimentos que não podem ser recuperados. Por exemplo, uma ferrovia é construída num determinado momento, e alguns anos após isso, é desativada.

Tudo o que fica para trás – trilhos, dormentes e etc. – acaba não sendo recuperado. Em apostas, isso se refere a pessoas que pensam ter ido longe demais e acabam apostando volumes cada vez maiores, ignorando o fato de que cada aposta é independente e as perdas não podem ser recuperadas.

Superconfiança

Aqui, o apostador acredita que a sua capacidade de prever resultados é enorme e pode levar a grandes perdas, já que pode aumentar as apostas a cada perda, para tentar se recuperar.

Em primeiro lugar, ninguém consegue prever o futuro e, adicionalmente, caso essa pessoa realmente fosse capaz de prever algo, não teria perdido em momento algum. A projeção que o cérebro faz em caso de aposta ganha acaba sobressaindo.

Aversão à Perda

Esse viés é puramente psicológico. Nessa situação, a pessoa terá uma aversão a perdas tão grande que simplesmente fará tudo o que estiver ao alcance para não perder – incluindo aumentar o valor das apostas de maneira irracional. O resultado, como sempre, é o prejuízo.

Todos nós conhecemos uma pessoa que odeia perder. Uma ilustração bem conhecida, é essa pessoa se lançar em um novo desafio e não parar de experimentar até finalmente conseguir!

Viés de confirmação

Aqui, o viés é dado pela tendência de procurar informações para embasar uma ocorrência – por exemplo, “todas as vezes que o jogador X chuta com o pé direito, ele faz gol”. 

Isso tem muito a ver com memória seletiva, onde a pessoa apenas dá atenção às informações mais convenientes, e pode ser apenas a entrada de um buraco.

Falácia de Monte Carlo

Também conhecida como “falácia do apostador”, esse viés nos diz que em uma sequência muito grande de determinado resultado, o próximo será diferente. Por exemplo, lançando uma moeda cinco vezes e saindo cinco caras, na próxima o resultado será uma coroa.

Isso definitivamente não tem uma base estatística, já que esses eventos são independentes e o lançamento de uma moeda que não estiver adulterada terá sempre 50% de chance de sair cara ou coroa.

Heurística da disponibilidade

Esse viés é baseado em fragmentos de informação, ou seja, olhar apenas para alguns eventos dentro do espectro geral, o que pode levar a erros gigantescos já que não se considera o todo.

Nas apostas, um exemplo bom poderia ser: o jogador X fez gols nos últimos três jogos, então com certeza ele também irá balançar as redes na próxima partida. Ao olhar apenas para os últimos resultados, cria-se uma ilusão e isso leva a crer que com certeza o que ocorreu antes irá acontecer novamente, ignorando todo o contexto anterior.

Como evitar cair nesses vieses 

O que mostramos aqui pode parecer até mesmo infantil para alguns, mas o fato é que estes vieses são muito comuns e levam apostadores a perder dinheiro todos os dias – alguns até mesmo sem ter consciência disso.

Alguns deles, inclusive, podem levar ao vício. Cabe ao apostador ter consciência do que se está fazendo, já que todo jogo é um evento independente, e as explicações para uma aposta ser ganha ou perdida envolve uma miríade de situações incontroláveis.

O apostador pode controlar os valores investidos e, principalmente, as suas análises de jogos, o que é mais importante do que atribuir ganhos ou perdas a fatores tanto internos quanto externos que, na verdade, não têm interferência alguma nos resultados – e muitas vezes, o mais importante é saber quando parar.