
A CPFL (CPFE3) é apontada como a candidata mais provável para assumir a concessão de distribuição de energia da Enel São Paulo, caso a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avance com o encerramento do contrato atual.
A avaliação consta em relatório do Citi, que destaca o posicionamento estratégico da companhia no Estado e o potencial de sinergias operacionais.
Segundo o banco, a CPFL já opera no litoral paulista, o que facilitaria a integração de ativos e a gestão da rede elétrica em um eventual redesenho da concessão.
Para os analistas, essa presença regional coloca a empresa em vantagem frente a outros possíveis interessados, especialmente em um cenário que exige continuidade e eficiência no serviço.
Concessão da Enel entra no radar da Aneel
O debate ganhou força após declarações do governador Tarcísio de Freitas, do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que afirmaram ter solicitado à Aneel a abertura de um processo para romper o contrato da Enel São Paulo.
O argumento central é a necessidade de garantir qualidade e continuidade do fornecimento de energia.
A concessão da Enel SP vence em 2028 e já está em processo de renovação, o que adiciona complexidade regulatória ao tema e mantém o setor em alerta.
Processo é complexo e pode ter alternativas
Apesar do aumento da pressão política, o Citi ressalta que um processo de caducidade é juridicamente complexo e demorado.
Em relatório, o banco pondera que o desfecho pode não ser imediato e que há espaço para soluções regulatórias alternativas antes de uma troca definitiva de concessionária.
“Mesmo em meio à crescente pressão política, um processo de caducidade é juridicamente complexo e demorado, e pode, ao final, dar lugar a soluções regulatórias alternativas”, afirma o Citi.
Outros interessados e efeito dominó
O banco também avalia que, dada a relevância do ativo, é provável que outros grupos demonstrem interesse caso o processo avance. Ainda assim, a CPFL aparece como referência inicial nas análises do mercado.
Além disso, segundo o analista João Pimentel, há a possibilidade de a Enel optar por se desfazer de outras concessões no Brasil, como as do Rio de Janeiro e do Ceará, caso decida reduzir sua exposição no país. Esse movimento poderia ampliar ainda mais a reconfiguração do setor elétrico nacional.
Com a Aneel no centro das atenções e a pressão política aumentando, o tema deve seguir no radar de investidores e agentes do setor, com CPFL (CPFE3) figurando como um dos principais nomes em qualquer discussão sobre o futuro da concessão paulista.