
A Eli Lilly tornou-se a primeira farmacêutica do mundo a alcançar US$ 1 trilhão em valor de mercado. Essa marca em valor de mercado só era atingida, até então, por grandes empresas de tecnologia.
O movimento reflete a forte valorização das ações em 2025, impulsionada pelo crescimento acelerado do mercado de medicamentos para perda de peso, liderado por produtos como Mounjaro e Zepbound.
As ações da companhia acumulam alta superior a 35% no ano e chegaram a negociar perto de US$ 1.051, em nova máxima histórica. Sendo assim, especialistas destacam que o desempenho reforça a mudança de patamar da empresa no setor de saúde.
Mounjaro e Zepbound impulsionam valor de mercado
O avanço da Eli Lilly está diretamente ligado ao sucesso do tirzepatide, comercializado como Mounjaro (diabetes tipo 2) e Zepbound (obesidade). Dessa forma, as vendas desses medicamentos superaram as do Keytruda, da Merck, tornando-se o remédio mais vendido do mundo.
Portanto, nos últimos dois anos, a chegada de terapias mais eficazes para obesidade transformou o segmento em um dos mais lucrativos da saúde.
A Lilly ganhou espaço após a concorrente Novo Nordisk enfrentar limitações de oferta no lançamento do Wegovy, em 2021, além de apresentar resultados clínicos competitivos e acelerar a expansão produtiva.
Receita e múltiplos elevam apostas dos investidores
No trimestre mais recente, a Lilly registrou US$ 10,09 bilhões em receita combinada com produtos para obesidade e diabetes, mais da metade do faturamento total de US$ 17,6 bilhões.
Além disso, em outubro, a empresa elevou a projeção de receita anual em mais de US$ 2 bilhões, no ponto médio, citando a demanda global.
As ações negociam a cerca de 50 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, segundo a LSEG, refletindo expectativas de continuidade do crescimento. Desde o lançamento do Zepbound, no fim de 2023, os papéis avançaram mais de 75%, acima do S&P 500 no mesmo período.
Mercado de obesidade e disputa com a Novo Nordisk
Estimativas de Wall Street apontam que o mercado de medicamentos para perda de peso pode alcançar US$ 150 bilhões até 2030, com Eli Lilly e Novo Nordisk concentrando a maior parte das vendas globais.
O foco agora recai sobre o orforglipron, medicamento oral para obesidade cuja aprovação é esperada para o início do próximo ano.
Em nota recente, analistas do Citi afirmaram que a atual geração de GLP-1 já se tornou um “fenômeno de vendas”, e que o orforglipron tende a se beneficiar do avanço dos injetáveis.
Acordos nos EUA e riscos à frente
A companhia também deve se beneficiar de um acordo com o governo Trump e de investimentos bilionários para ampliar a produção nos EUA.
Analistas reconhecem que acordos de preços podem pressionar a receita no curto prazo, mas ampliam o acesso ao tratamento, adicionando até 40 milhões de potenciais pacientes.
Ainda assim, o mercado acompanha se a empresa sustentará o ritmo, diante de pressões de preço e expansões de capacidade.