
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (18) que não pretende privatizar os Correios enquanto estiver no cargo. Segundo ele, a alternativa pode envolver parcerias com a iniciativa privada, mas sem abrir mão do controle estatal.
“Enquanto eu for presidente, não tem privatização”, disse Lula, em conversa com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília. O presidente ressaltou que não tem interesse em manter uma estatal deficitária, mas também não defende a venda da empresa.
Lula afirmou que o governo pode discutir modelos de parceria ou até a transformação dos Correios em uma companhia de economia mista. “O que pode ter é construção de parceria com empresas”, afirmou, ao citar o interesse de grupos estrangeiros em dialogar com a estatal.
Os Correios acumulam prejuízo de R$ 6,05 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Desde 2022, as perdas somam cerca de R$ 10 bilhões. Diante do cenário, a empresa busca recursos para reequilibrar as contas.
O presidente disse lamentar a crise financeira da estatal e afirmou que já promoveu mudanças na gestão. Além disso, sinalizou que novas medidas podem ser adotadas, incluindo o fechamento de agências.
“Uma empresa pública não precisa ser a rainha do lucro, mas não pode ser a rainha do prejuízo”, afirmou Lula. Segundo ele, o objetivo é garantir equilíbrio financeiro e manter o papel estratégico dos Correios no país.
Greve nos Correios começa em 7 estados após impasse salarial
A greve nos Correios entrou em vigor às 22h desta terça-feira (16) após sindicatos de algumas das maiores bases de funcionários da estatal aprovarem paralisação por tempo indeterminado.
A decisão veio da assembleias locais, depois do fracasso nas negociações do novo acordo coletivo de trabalho (ACT).
A paralisação acabou sendo aprovada em Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba. Em São Paulo, os trabalhadores decidiram cruzar os braços mesmo contrariando a orientação da direção do sindicato estadual, o que reforça o nível de insatisfação nas bases.