
A Polícia Federal enviou nesta sexta-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, um laudo médico sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento afirma que ele precisa passar por cirurgia para corrigir hérnia inguinal bilateral. Os peritos avaliaram o quadro dentro da Superintendência da PF em Brasília, onde Bolsonaro está preso, e concluíram que a cirurgia deve ser realizada “o mais breve possível”.
Segundo o laudo, o quadro piorou por causa de crises constantes de soluços e tosse. Durante o exame, Bolsonaro apresentou entre 30 e 40 soluços por minuto, o que aumentou a pressão interna e acelerou o avanço da lesão.
Além disso, os peritos explicaram que exames feitos em agosto não mostravam alterações na parede abdominal. Depois, em novembro, surgiu a primeira hérnia unilateral. Agora, ela evoluiu para bilateral após exames de imagem feitos em dezembro.
Equipe médica recomenda cirurgia rápida
A junta médica afirma que a cirurgia deve ocorrer em breve, já que os tratamentos adotados não surtiram efeito. De acordo com o laudo, o problema está afetando o sono, a alimentação e pode gerar complicações mais severas.
Além da hérnia, Bolsonaro sofre com soluços persistentes desde abril de 2025, após cirurgia abdominal. Por isso, os especialistas reconhecem que o bloqueio do nervo frênico pode ser opção terapêutica tecnicamente adequada.
Eles observaram que os soluços provocam perda de apetite, piora no descanso e aumento do desconforto abdominal.
Defesa pede autorização para cirurgia fora da prisão
A defesa pediu a Moraes que autorize Bolsonaro a sair da prisão e realizar a cirurgia no hospital particular DF Star, em Brasília. O procedimento exige internação e acompanhamento especializado. Segundo os advogados, Bolsonaro deve ficar entre cinco e sete dias internado.
O advogado Paulo Cunha Bueno afirmou que o laudo confirma o diagnóstico já apresentado pela equipe médica do ex-presidente e defendeu liberação imediata para o tratamento.
Com o laudo entregue, o ministro Alexandre de Moraes decidirá se Bolsonaro pode deixar a prisão para realizar a cirurgia. Além disso, Moraes precisará definir o prazo e a forma de execução do procedimento.