Stablecoins ganham espaço no Natal e viram opção para compras no exterior
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O uso de stablecoins em compras internacionais cresce entre consumidores brasileiros neste fim de ano.

Com demanda maior por presentes e viagens, as moedas digitais atreladas a moedas fiduciárias entram no radar de quem busca reduzir custos com IOF, tarifas e variações cambiais.

Dados recentes mostram avanço do uso dessas moedas digitais no país e reforçam uma mudança de comportamento no período de compras do Natal e no comércio exterior.

Stablecoins puxam volume de transações no Brasil

Em 2025, operações com stablecoins no Brasil movimentaram cerca de R$ 74 bilhões, crescimento próximo de 40% em relação ao ano anterior, segundo a TradingView.

A Receita Federal registrou R$ 227 bilhões em operações com criptoativos no primeiro semestre do ano, com stablecoins respondendo por dois terços desse total.

Levantamento da Chainalysis aponta que o país movimentou US$ 319 bilhões em criptoativos entre meados de 2024 e 2025, com cerca de 90% ligados a stablecoins.

Compras internacionais impulsionam uso no Natal

Segundo especialistas, o aumento do uso neste período se relaciona à procura por alternativas de pagamento para compras no exterior, e-commerce global e viagens.

Para Cleverson Pereira, head educacional da OnilX:

“O uso das stablecoins, especialmente as atreladas ao dólar, está no início dessa curva de ascensão global. No contexto brasileiro, câmbio desfavorável e taxas elevadas ajudam a tornar essa alternativa mais atraente para compras natalinas no exterior ou em sites internacionais.”

Banco Central vai classificar stablecoins como câmbio em 2026

A partir de fevereiro de 2026, operações com stablecoins serão classificadas como operações de câmbio pelo Banco Central.

A mudança trará novas exigências para plataformas e usuários. O objetivo é aproximar o mercado de criptoativos do sistema financeiro tradicional.

Segundo Cleverson Pereira:

“Estamos entrando em uma fase em que o pagamento internacional tende a se tornar mais simples, rápido e transparente — e as stablecoins devem ocupar papel central nesse processo.”

Tendência de aproximação entre blockchain e varejo global

Com adoção crescente, plataformas de varejo no exterior podem ampliar a aceitação direta dessas moedas digitais, enquanto o mercado observa desenvolvimento de serviços de conversão e custódia voltados ao público brasileiro.

Especialistas apontam que a combinação entre blockchain e comércio digital tende a acelerar mudanças no uso de moeda internacional.

Dicas para usar stablecoins em compras internacionais

Especialistas sugerem atenção a algumas etapas na hora de usar stablecoins para compras externas:

  • priorizar exchanges reguladas;
  • observar taxas de rede e spreads;
  • verificar aceitação no destino;
  • conferir regras de declaração fiscal;
  • adotar carteiras seguras.