
Com a chegada do Natal, o bolso das famílias brasileiras volta a ficar no centro das atenções. Em 2025, a ceia ficou mais cara. Segundo a prévia da cesta natalina do IPC-Fipe, os preços dos itens típicos subiram, em média, 4,53% em relação a 2024. Além disso, o custo médio da cesta passou de R$ 433,42 para R$ 453,06 neste ano.
Produtos tradicionais puxam a alta
Alguns itens comuns nas festas de fim de ano registraram aumentos expressivos. Entre eles, destacam-se produtos com reajustes de dois dígitos.
A azeitona subiu 12,53%, enquanto o bombom avançou 10,81%. Já o atum sólido teve alta de 8,01%.
Na sequência, aparecem o panetone (7,08%), o suco de laranja (6,52%) e o molho de tomate (5,28%).
No entanto, o principal vilão do Natal de 2025 foi o peru, que disparou 13,62% na comparação anual.
Tendência é de pressão até o Natal
De acordo com Fabrício Tonegutti, especialista em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas e diretor da Mix Fiscal, os preços tendem a subir ainda mais perto da data.
“Os preços costumam aumentar com a proximidade do Natal, porque muita gente deixa as compras para a última hora”, afirma.
Por isso, ele recomenda antecipar as compras. “O ideal é se programar e evitar a semana do Natal”, orienta.
Nem todos os itens ficaram mais caros
Apesar da pressão geral, alguns produtos subiram abaixo da inflação. É o caso do lombo de porco (4,36%) e do vinho tinto (3,85%).
Além disso, itens como palmito (3,30%), queijo ralado (2,13%) e champagne (1,82%) tiveram altas mais moderadas.
Por outro lado, alguns preços recuaram. O azeite caiu 23,06%, enquanto o pêssego recuou 6,85%. Já o sorvete ficou 6,99% mais barato.
Definir limite de gastos ajuda a evitar excessos
Para quem não abre mão de uma ceia completa, o especialista recomenda definir um valor máximo de gastos.
“Esse valor deve refletir a realidade de cada família e ser dividido pelo número de pessoas”, explica Tonegutti.
Além disso, ele alerta para o uso do crédito. “Evitar parcelamentos é fundamental, porque eles se acumulam com outras despesas do fim do ano”, diz.
Criatividade vira aliada no orçamento apertado
Outra estratégia envolve pesquisa e flexibilidade. Segundo o especialista, trocar marcas tradicionais por alternativas mais acessíveis pode reduzir o custo final.
“Marcas novas costumam oferecer preços melhores e qualidade similar”, afirma.
Além disso, escolher alimentos da estação e dividir a ceia com outros familiares ajuda a equilibrar o orçamento.
Com o preço do peru em alta, a recomendação é adaptar o cardápio. “Outras proteínas podem cumprir bem esse papel”, sugere Tonegutti.
Para ele, o mais importante é manter o espírito da data. “O Natal deve ser celebrado com união, planejamento e consciência financeira”, conclui.