
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,25% em dezembro, informou o IBGE nesta terça-feira (23). No mês anterior, o índice havia avançado 0,20%. O resultado ficou levemente abaixo da mediana das estimativas do mercado, que apontava alta de 0,27%, segundo levantamento da Reuters. Ainda assim, o dado reforça um cenário de inflação sob controle, porém longe do ideal.
Com isso, o IPCA-15 encerrou 2025 com alta acumulada de 4,41%. Em 2024, o índice havia fechado o ano em 4,71%, após avanço de 0,34% em dezembro. Para Pablo Spyer, conselheiro da Ancord e economista, o IPCA-15 de dezembro veio em linha com o esperado, mas mostrou pressões importantes. Segundo ele, os serviços seguem pressionados, especialmente por itens como passagens aéreas.
Por outro lado, houve sinais relevantes de alívio em alimentação no domicílio e nos bens industriais. Esse movimento indica que o processo de desinflação continua, embora de forma irregular e heterogênea.
“O dado confirma que a inflação acumulada em 12 meses permanece dentro da banda da meta, mas ainda acima do centro, o que exige cautela”, avalia Spyer.
Serviços seguem desafiando o IPCA-15
O economista destaca que os bens industriais seguem com comportamento mais benigno, influenciados por descontos e demanda mais contida. Já os serviços continuam sendo o principal desafio, refletindo um mercado de trabalho resiliente e pressões típicas do fim de ano.
Para o mercado financeiro, o resultado não altera de forma relevante o cenário-base da política monetária. Segundo Spyer, o Banco Central deve manter uma postura prudente, aguardando sinais mais claros de desaceleração dos serviços.
“Um corte de juros em janeiro segue fora do radar”, resume.
Em síntese, o IPCA-15 confirma um quadro de inflação controlada, porém ainda desconfortável. O cenário reforça a necessidade de disciplina monetária e fiscal ao longo de 2026.