
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, teria ligado seis vezes em um único dia para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a reportagem, os contatos teriam ocorrido durante a análise da compra do Banco Master pelo BRB, o Banco de Brasília. O jornal afirma ter ouvido relatos de fontes do meio jurídico e financeiro.
Ainda de acordo com o Estado, as ligações fariam parte de ao menos cinco conversas entre Moraes e Galípolo sobre a situação do Banco Master. A informação reforçou questionamentos nos bastidores políticos.
Ligações de Moraes, segundo jornal
A reportagem aponta que os telefonemas ocorreram em um momento sensível da análise regulatória. O objetivo teria sido acompanhar o andamento do processo no Banco Central.
O tema ganhou repercussão após a colunista Malu Gaspar, de O Globo, relatar contatos anteriores entre Moraes e o chefe da autoridade monetária. Na ocasião, foram citadas quatro conversas.
As informações ampliaram críticas de políticos de oposição, aliados do ex-presidente Bolsonaro, que passaram a cobrar explicações públicas do ministro.
O que diz Alexandre de Moraes
Em nota divulgada na noite desta terça-feira (23), Moraes negou categoricamente os telefonemas. Segundo ele, “inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”.
O ministro confirmou apenas duas reuniões presenciais com Galípolo, realizadas em 14 de agosto e 30 de setembro. Conforme explicou, os encontros trataram da aplicação da Lei Magnitsky.
Moraes afirmou que jamais discutiu a aquisição do Banco Master pelo BRB. Ele também disse que não exerceu pressão sobre o Banco Central em nenhuma circunstância.
Escritório da esposa e o Banco Master
O ministro também negou conflito de interesses envolvendo o escritório de advocacia de sua esposa. Segundo Moraes, a banca “jamais atuou” na operação BRB-Master.
Vale destacar que, reportagens anteriores apontaram que o escritório teria contrato milionário com o Banco Master. O banco, no entanto, teve a liquidação decretada pelo BC em novembro.
O caso segue no centro do debate político e jurídico. Enquanto aliados de Bolsonaro cobram esclarecimentos, Moraes sustenta que não houve qualquer irregularidade.