
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, determinou a realização de uma acareação no caso envolvendo o Banco Master. Nesse contexto, o confronto de versões ocorrerá na próxima terça-feira (30), às 14h, por meio de videoconferência.
Assim, participarão da audiência Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), e Ailton de Aquino, diretor do Banco Central do Brasil.
Dessa forma, o objetivo central da medida é esclarecer divergências relacionadas a uma suposta fraude de R$ 12,2 bilhões envolvendo a tentativa de venda da instituição financeira.
A acareação foi determinada justamente para confrontar versões apresentadas em depoimentos anteriores. Em especial, o procedimento permite ao magistrado identificar possíveis contradições entre os envolvidos.
Além disso, o confronto direto pode contribuir para o avanço do inquérito, uma vez que facilita a verificação da coerência entre os relatos. Por consequência, o STF pode obter uma visão mais precisa sobre a dinâmica da negociação investigada.
Investigação apura suposta fraude bilionária
A investigação conduzida pela Polícia Federal apura uma suposta fraude relacionada à tentativa de venda do Banco Master ao BRB. No entanto, o negócio acabou não se concretizando após entraves regulatórios.
De acordo com os investigadores, o valor sob apuração chega a R$ 12,2 bilhões. Assim, o caso passou a figurar entre os maiores episódios recentes envolvendo o sistema financeiro nacional.
Anteriormente, em setembro, o Banco Central vetou a transação ao apontar a ausência de documentos essenciais. Posteriormente, em novembro, a autarquia determinou a liquidação do Banco Master, encerrando definitivamente as atividades da instituição.
Caso ganha novos contornos com ligação a Moraes
O episódio ganhou ainda mais repercussão após revelações envolvendo o ministro Alexandre de Moraes. Reportagens indicam que sua esposa mantinha um contrato com o Banco Master no valor de R$ 129 milhões.
Além disso, surgiram informações de que Moraes teria feito contatos telefônicos com Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, durante o período crítico da análise da operação.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Alexandre de Moraes teria ligado seis vezes em um único dia para Galípolo. Enquanto isso, o Banco Central avaliava a negociação envolvendo o Banco Master.
Diante desse cenário, o timing dos contatos passou a ser questionado por diferentes setores. Por fim, a sucessão de ligações ampliou a repercussão política e institucional do caso, adicionando uma nova camada de complexidade à investigação em curso.