
A virada do ano traz números que celebram conquistas, mas também revelam batalhas ainda em curso. Portanto, o relatório Global Female Leaders Outlook 2025 da KPMG mostra que mulheres alcançaram 46% dos cargos de alta gestão nas empresas globalmente. Além disso, a pesquisa ouviu 475 gestoras de topo de 46 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Portugal.
Os dados representam um marco histórico. Contudo, o caminho até o topo continua repleto de obstáculos. Entre as entrevistadas, pelo menos 74% tiveram que conciliar maternidade com ambiente profissional. Essa jornada dupla desafiou especialmente as mulheres da Geração X.
A força da Geração X
As mulheres 50+ tornaram-se protagonistas dessa transformação. Consequentemente, elas equilibram responsabilidades profissionais e pessoais com maestria. Cerca de 33% das líderes acumulam mais de 20 anos de experiência em gestão. Assim, elas administram conflitos geracionais entre equipes e filhos.
Lília Lopes exemplifica essa geração resiliente. Atualmente, ela é Diretora de Publicidade na Prefeitura Municipal de Salvador. Aos 51 anos, testemunhou mudanças profundas no mercado corporativo. Ela acompanhou políticas que antes pareciam impossíveis ganharem vida.
“Nossa geração viu surgir possibilidades para desafios sem solução”, explica Lília. Portanto, a invisibilidade da mulher como líder natural foi sendo desconstruída. Além disso, elas pavimentaram o caminho para conquistas hoje consideradas garantidas.
Os desafios que persistem
Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam barreiras estruturais. No Brasil, apenas 35% dos cargos de alta liderança são ocupados por mulheres. Enquanto isso, elas representam 70% das funções operacionais básicas.
A desigualdade salarial também persiste, um diferença de 21% nos salários entre homens e mulheres na mesma posição. Quando consideramos a renda média geral, a disparidade chega a 25%. Além disso, mulheres recebem 20% menos promoções que homens ao longo da carreira.
A jornada dupla marca profundamente a trajetória feminina. Mães solo, por exemplo, enfrentam obstáculos ainda maiores. Elas têm diferença de renda de 32% em relação a outras mulheres. Esse dado revela como a maternidade impacta financeiramente as carreiras.
Lília observa que a Geração X trouxe esse debate à tona. “Fomos nós que questionamos o custo do sucesso profissional”, revela. Consequentemente, organizações repensarem políticas de trabalho flexível. Também surgiram discussões sobre licença parental e saúde mental.
Liderança com propósito
As mulheres veteranas desenvolveram um estilo de liderança único. Elas integram técnica, empatia e visão estratégica. Portanto, tornaram-se fontes valiosas de lucro para as empresas. Além disso, gerenciam crises com eficácia incomparável.
Os principais traços de personalidade dessas líderes incluem trabalho duro, qualidade de liderança, pensamento estratégico e alta ambição pessoal. Essas características definem o sucesso feminino no topo corporativo.
Cerca de 76% veem sua rede pessoal como fator-chave para o sucesso na carreira. Além disso, confiam nas redes sociais também para fins profissionais. Contudo, 74% das gestoras consideram presença em redes sociais fator de sucesso, mas essa visibilidade também traz riscos. Muitas relatam experiências de abuso digital.
Perspectivas para o futuro
Nove em cada 10 líderes antecipam crescimento de receitas nos próximos três anos. Esse otimismo demonstra confiança no potencial organizacional. Entretanto, a integração estratégica de iniciativas ESG continua limitada.
Lília acredita que este é o momento decisivo. “Nossa geração deve ser exemplo de transformação”, afirma. Além disso, destaca a importância de garantir que Millennials e GenZ prosperem. Consequentemente, o mercado deve tornar-se mais inclusivo e igualitário.
O setor financeiro concentra 25% das executivas globais. No Brasil, esse índice cai para 20%. Enquanto isso, cerca de 24% das participantes brasileiras atuam em gestão de riscos, jurídico ou compliance. Já 17% integram a área de finanças.
Alguns setores lideram em diversidade. Varejo, farmacêutica e bens de consumo apresentam maior participação feminina. Por outro lado, agronegócio e indústria de base ainda não contam com representação expressiva.
“Nosso papel é criar caminhos”, conclui Lília. Portanto, as mulheres da Geração X garantem que talentos sejam reconhecidos. Além disso, eliminam barreiras para as próximas gerações. Consequentemente, desafios pessoais não devem impedir trajetórias profissionais.
A presença feminina na liderança tornou-se essencial para a transformação organizacional. Assim, as empresas ganham em estabilidade e inovação. Além disso, criam ambientes onde a diversidade gera resultados concretos.
Enquanto o ano termina, os números celebram conquistas. Contudo, lembram que a jornada continua. Portanto, cada mulher que alcança o C-level abre portas. Além disso, inspira outras a perseguirem seus objetivos profissionais com determinação.