(Produção de soja / Foto: Ouro Safra/Divulgação)
(Produção de soja / Foto: Ouro Safra/Divulgação)

O Brasil se prepara para colher a maior safra de soja da história. De acordo com un levantamento da Biond Agro estima produção de 176,85 milhões de toneladas no ciclo 2025/26. Além disso, esse volume consolidará o país como principal fornecedor global da oleaginosa. Consequentemente, o agronegócio brasileiro bate novo recorde impressionante.

Yedda Monteiro, analista de inteligência e estratégia da Biond Agro, comemora o resultado. Portanto, ela destaca que apesar de algumas limitações, representa número histórico. Além disso, “a safra 2025/26 pode ser a de maior potencial já registrada no Brasil”, afirma. Consequentemente, Mato Grosso apresenta desempenho produtivo bastante satisfatório.

Produtividade compensa área menor

O cenário desta safra apresenta características diferentes das anteriores. Assim, a área plantada com soja deve crescer apenas 2,9% em 2025/26. Além disso, atingirá aproximadamente 48,7 milhões de hectares. Portanto, representa um dos menores avanços dos últimos anos.

Diversos fatores explicam essa expansão mais contida de área. Assim, preços menos atrativos limitam novos investimentos dos produtores. Além disso, aumento da alavancagem financeira pressiona orçamentos. Enquanto isso, custo elevado do crédito restringe abertura de novas áreas. Consequentemente, produtores tornam-se mais seletivos nos investimentos.

“Para que a safra confirme recorde, o fator determinante será produtividade”, explica Yedda. Portanto, resultado dependerá de alinhamento entre clima favorável e bom manejo. Além disso, desempenho das lavouras será crucial. Consequentemente, não há expansão expressiva de área para compensar eventuais perdas.

Centro-Oeste lidera ganhos de produtividade

O Mato Grosso desempenha papel fundamental nesta safra histórica. Assim, como principal estado produtor de grãos do país, suas lavouras apresentam desempenho excepcional. Além disso, ganhos de produtividade na região compensam limitações de área. Consequentemente, o Centro-Oeste sustenta as projeções otimistas.

Contudo, nem tudo são flores no campo brasileiro atualmente. Portanto, atrasos pontuais no plantio afetaram o MATOPIBA nesta temporada. Além disso, áreas de replantio surgiram no norte do Mato Grosso. Consequentemente, podem gerar ajustes nas estimativas ao longo do ciclo.

Yedda mantém cautela sobre esses desafios pontuais observados. Contudo, ela acredita que parte dessas perdas pode ser compensada. Além disso, o ciclo produtivo ainda oferece janelas para recuperação. Enquanto isso, outras regiões apresentam desenvolvimento satisfatório das lavouras.

Clima segue como principal risco

As condições climáticas continuam sendo a principal variável de incerteza. Portanto, padrões de chuva definirão sucesso ou fracasso da safra. Além disso, cada região enfrenta desafios específicos neste aspecto climático.

O Rio Grande do Sul permanece mais vulnerável a déficits hídricos. Assim, anos de La Niña historicamente castigam a região Sul. Além disso, produtores gaúchos já demonstram preocupação com abastecimento de água. Consequentemente, monitoram previsões meteorológicas diariamente.

Por outro lado, Centro-Oeste e MATOPIBA dependem da regularidade das chuvas. Portanto, o início da primavera será determinante para essas regiões. Além disso, boa janela de plantio garante sucesso do milho safrinha. Enquanto isso, distribuição adequada de precipitações torna-se essencial.

“O que mais afeta potencial produtivo não é volume total de chuvas”, ressalta Yedda. Portanto, a distribuição nas fases críticas da cultura faz diferença real. Além disso, plantio, floração e enchimento de grãos exigem condições específicas. Consequentemente, regularidade supera quantidade em importância.

A expectativa de safra robusta no Brasil já afeta mercados globais. Assim, mantém viés baixista para preços no curto prazo atualmente. Além disso, estoques globais confortáveis reforçam essa tendência. Consequentemente, produtores brasileiros enfrentam cenário de margens apertadas.

A dinâmica comercial entre gigantes agrícolas adiciona volatilidade ao mercado. Portanto, retomada das compras chinesas de soja dos Estados Unidos impacta cotações. Além disso, pressiona prêmios de exportação brasileiros negativamente. Enquanto isso, bolsa de Chicago registra oscilações frequentes.

“Com oferta volumosa prevista para Brasil, tendência é de pressão sobre prêmios”, analisa Yedda. Portanto, competitividade brasileira no mercado global deve aumentar. Além disso, país deve reconquistar posição como origem mais atrativa. Consequentemente, isso deve ocorrer ao longo de 2026.

Custos elevados pressionam produtores

Apesar da produção recorde, produtores enfrentam desafios financeiros significativos. Assim, custos de produção permanecem elevados nesta temporada. Além disso, preços de fertilizantes e defensivos seguem pressionados. Consequentemente, margens de lucro ficam mais apertadas que no passado.

O crédito rural também se tornou mais caro para financiar safras. Portanto, taxas de juros elevadas encarecem investimentos necessários. Além disso, alavancagem financeira limita capacidade de expansão dos produtores. Enquanto isso, seletividade aumenta na hora de decidir investimentos.

Esse cenário explica crescimento modesto de área plantada em 2025/26. Assim, produtores priorizaram eficiência sobre expansão territorial. Além disso, buscaram maximizar produtividade em áreas já consolidadas. Consequentemente, tecnologia e manejo ganham ainda mais importância estratégica.

Posição global consolidada

A safra recorde de soja consolida posição brasileira no mercado mundial. Portanto, país continuará como principal fornecedor global da oleaginosa. Além disso, volume projetado supera com folga produção de competidores diretos. Consequentemente, Brasil amplia vantagem competitiva no agronegócio internacional.

China permanece como principal destino das exportações brasileiras de soja. Assim, gigante asiático depende fortemente das importações para alimentar rebanhos. Além disso, demanda chinesa sustenta fluxo comercial há décadas. Enquanto isso, outros mercados também aumentam compras gradualmente.

O que esperar de 2026

O ano de 2026 será crucial para confirmar projeções otimistas. Portanto, clima nos próximos meses definirá realização do potencial produtivo. Além disso, manejo adequado das lavouras será determinante. Consequentemente, produtores precisarão acompanhar desenvolvimento das plantas atentamente.

Mercados financeiros também acompanham safra brasileira com atenção redobrada. Assim, qualquer sinalização de mudança nas estimativas gera volatilidade imediata. Além disso, fundos de investimento operam pesadamente em commodities agrícolas. Enquanto isso, clima permanece como principal catalisador de movimentos bruscos.

A safra de soja 2025/26 representa marco importante para agronegócio brasileiro. Portanto, volume de 176,85 milhões de toneladas consolida liderança global. Além disso, demonstra resiliência do setor mesmo com desafios financeiros. Consequentemente, Brasil reafirma posição como potência agrícola mundial inquestionável.