
Quatro associações do setor financeiro divulgaram nota conjunta de apoio ao Banco Central. O documento surge às vésperas de uma acareação crucial no caso Banco Master.
O comunicado defende a atuação do regulador e pede preservação da autoridade técnica. Portanto, visa evitar um “cenário gravoso de instabilidade” no sistema financeiro brasileiro.
As signatárias são Febraban , ABBC, Acrefi e Zetta. Juntas, representam bancos, instituições de crédito e empresas de pagamentos no país.
Contexto da Manifestação
O ministro Dias Toffoli marcou acareação para 30 de dezembro, às 14h, por videoconferência. Participarão Daniel Vorcaro (dono do Master), Paulo Henrique Costa (ex-presidente do BRB) e Ailton de Aquino (diretor do BC).
A investigação apura fraudes financeiras que movimentaram R$ 17 bilhões através de títulos falsos. Além disso, a Operação Compliance Zero foi deflagrada em 18 de novembro de 2025.
A PGR pediu suspensão da acareação, mas Toffoli negou e manteve a audiência. Consequentemente, a tensão aumentou entre Judiciário e órgãos técnicos.
Defesa da Independência
As entidades reconhecem que o Banco Central exerce supervisão bancária atenta e independente. Igualmente, destacam que essa atuação ocorre de forma técnica, prudente e vigilante.
“A presença de um regulador independente é pilar fundamental do sistema financeiro sólido”, afirma a nota. Ademais, ressalta que essa independência deve ser preservada.
As associações argumentam que questionar decisões técnicas gera risco sistêmico. Portanto, defendem que o Judiciário pode analisar aspectos legais, mas deve preservar a autoridade técnica.
A simples hipótese de reversão de decisões do BC cria “terreno sensível de instabilidade regulatória”. Consequentemente, isso compromete a confiança do mercado e prejudica investidores.
“Sem credibilidade das instituições financeiras, não há funcionamento adequado do sistema”, alerta o documento. Dessa forma, a nota pede que se evite interferência em decisões prudenciais.
Polêmica da Acareação
A PGR argumentou que a acareação seria prematura, pois os envolvidos não prestaram depoimentos individuais. Entretanto, Toffoli sustentou que elementos já reunidos justificam esclarecimentos imediatos.
A medida chama atenção por ter sido determinada de ofício pelo relator, sem solicitação da PF ou PGR. Isso é considerado incomum no início de investigações.
Acareação coloca frente a frente pessoas que deram versões diferentes sobre os mesmos fatos. O objetivo é confrontar relatos e buscar esclarecimentos sobre contradições.