
A Bamin Mineração encerrou 2024 com prejuízo acumulado de R$ 3,8 bilhões, segundo balanço patrimonial divulgado no último sábado.
O resultado acende um sinal de atenção para a continuidade operacional da companhia, responsável pelo projeto Pedra de Ferro, pelo trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e pelo Porto Sul.
O desempenho contrasta fortemente com o exercício anterior. Em 2023, o prejuízo havia sido de R$ 30,8 milhões; em 2024, as perdas anuais alcançaram R$ 2,2 bilhões, ampliando o rombo acumulado da empresa.
Prejuízo da Bamin cresce e supera ativos
Os demonstrativos contábeis indicam “incerteza relevante relacionada à continuidade operacional”. De acordo com o balanço, o passivo circulante supera o total de ativos em R$ 38,9 milhões, quadro que pressiona o caixa e limita a capacidade de execução dos projetos.
Ainda não há dados consolidados para 2025. No entanto, como o cenário operacional não apresentou mudanças estruturais, a tendência é de manutenção do estresse financeiro.
Continuidade depende de novos investidores
Segundo os auditores independentes, a companhia entrou em período de conservação e manutenção.
Os investimentos necessários para concluir os empreendimentos estão condicionados à entrada de investidores estratégicos. Em outras palavras, a retomada do projeto depende de uma transação futura que reequilibre a estrutura financeira.
Negociações e desinteresse da Vale
No mercado, circulam informações sobre uma possível negociação envolvendo a portuguesa Mota-Engil, que neste ano adquiriu a China Communications Construction Company (CCCC), integrante do consórcio da ponte Salvador–Itaparica.
Em suma, a mineradora Vale, por sua vez, já manifestou desinteresse pelo projeto, segundo informações públicas.