Bamin Mineração
Setor de mineração / Foto: Portal Brasil.gov.br/Ricardo Teles

A Bamin Mineração encerrou 2024 com prejuízo acumulado de R$ 3,8 bilhões, segundo balanço patrimonial divulgado no último sábado.

O resultado acende um sinal de atenção para a continuidade operacional da companhia, responsável pelo projeto Pedra de Ferro, pelo trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e pelo Porto Sul.

O desempenho contrasta fortemente com o exercício anterior. Em 2023, o prejuízo havia sido de R$ 30,8 milhões; em 2024, as perdas anuais alcançaram R$ 2,2 bilhões, ampliando o rombo acumulado da empresa.

Prejuízo da Bamin cresce e supera ativos

Os demonstrativos contábeis indicam “incerteza relevante relacionada à continuidade operacional”. De acordo com o balanço, o passivo circulante supera o total de ativos em R$ 38,9 milhões, quadro que pressiona o caixa e limita a capacidade de execução dos projetos.

Ainda não há dados consolidados para 2025. No entanto, como o cenário operacional não apresentou mudanças estruturais, a tendência é de manutenção do estresse financeiro.

Continuidade depende de novos investidores

Segundo os auditores independentes, a companhia entrou em período de conservação e manutenção.

Os investimentos necessários para concluir os empreendimentos estão condicionados à entrada de investidores estratégicos. Em outras palavras, a retomada do projeto depende de uma transação futura que reequilibre a estrutura financeira.

Negociações e desinteresse da Vale

No mercado, circulam informações sobre uma possível negociação envolvendo a portuguesa Mota-Engil, que neste ano adquiriu a China Communications Construction Company (CCCC), integrante do consórcio da ponte Salvador–Itaparica.

Em suma, a mineradora Vale, por sua vez, já manifestou desinteresse pelo projeto, segundo informações públicas.