
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (30) com desempenho contido, em um dia de liquidez reduzida típico de fim de ano.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou em alta de 0,40%, cotado aos 161.125,37 pontos. Em dezembro, o índice acumulou avanço de 1,29%. No fechamento de 2025, a alta chegou a 33,95%, o melhor resultado da bolsa brasileira desde 2016.
O índice refletiu a combinação entre dados positivos do mercado de trabalho no Brasil, a forte queda do dólar em 2025 e a leitura cautelosa da ata do Fed.
Após oscilar ao longo da sessão, o índice consolidou o fechamento próximo da estabilidade. Ele encerrou o um ano que foi marcado por resiliência dos ativos locais, apesar das incertezas externas.
Desemprego na mínima histórica sustenta o mercado acionário
Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística deram suporte ao mercado de ações. A taxa de desocupação recuou para 5,2% no trimestre encerrado em novembro, o menor nível desde o início da série histórica atual.
Além disso, o avanço do emprego veio acompanhado por recordes no número de pessoas ocupadas e de trabalhadores com carteira assinada, sinalizando dinamismo da economia e maior tração do consumo.
Esse cenário tende a favorecer empresas listadas, embora também reforce a percepção de que os juros domésticos podem permanecer elevados por mais tempo.
Caged e confiança reforçam leitura positiva da economia
Além do desemprego, investidores acompanharam indicadores de confiança. Os índices do comércio e de serviços mostraram nova melhora em dezembro, apontando continuidade do ritmo de atividade no fim do ano.
Sendo assim, o mercado também ajustou posições à espera dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), utilizados para calibrar expectativas sobre crescimento e política monetária no início de 2026.
Dólar encerra 2025 com forte queda frente ao real
No mercado de câmbio, o dólar fechou a última sessão do ano em queda firme frente ao real, cotado a R$ 5,48. Apenas no pregão, a moeda recuou 1,58%, influenciada por ajustes técnicos e pela formação da Ptax de fim de mês.
Portanto, no acumulado de 2025, a desvalorização foi expressiva: queda de 11,17%, um movimento que ajudou a aliviar pressões inflacionárias e contribuiu para o desempenho dos ativos domésticos ao longo do ano.
Ata do Fed reforça cautela sobre juros nos EUA
No cenário internacional, a divulgação da ata do Federal Reserve trouxe sinais de divisão interna entre os membros do comitê de política monetária.
O documento revelou debates intensos antes do corte de juros em dezembro, com parte dos dirigentes defendendo mais tempo para avaliar os riscos inflacionários.
Portanto, a leitura reforçou a percepção de que novos cortes podem ocorrer de forma mais lenta, mantendo o mercado global atento às próximas sinalizações da autoridade monetária dos EUA.
Baixa liquidez marca o último pregão do ano
Com o calendário esvaziado e investidores já ajustando carteiras para 2026, os negócios na bolsa brasileira foram limitados. Dessa forma, ainda assim, o conjunto de dados econômicos domésticos e a queda consistente do dólar ajudaram a sustentar o Ibovespa no encerramento do ano.
Em suma, o fechamento desta terça-feira consolidou um cenário em que o mercado local termina 2025 com fundamentos mais sólidos, mas atento às decisões de juros no Brasil e no exterior no próximo ano.