A análise da privatização da Eletrobras pelo Tribunal de Contas da União (TCU) foi adiada para a próxima quarta-feira (15). O ministro-relator do processo, Aroldo Cedraz, demorou para apresentar seu parecer aos integrantes do TCU, o que levou os ministros a requisitarem a retirada de pauta.
Cedraz havia se comprometido a disponibilizar o voto na tarde de terça-feira (7), o que não ocorreu. A demora levou alguns ministros a cogitarem um pedido de vista, para que haja mais tempo para entendimento do assunto.
Durante a sessão, o decano do TCU, ministro Walton Alencar Rodrigues, cobrou o julgamento do processo. Cedraz, que ainda não tinha se manifestado sobre o adiamento, disse que o processo foi retirado de pauta porque chegou em seu gabinete manifestações do Executivo e da “sociedade”, ainda na manhã desta quarta.
A decisão do TCU é aguardada pelo governo com incertezas. Nos bastidores, o Executivo trabalhou para agilizar a votação, sob argumento de que a demora estaria inviabilizando o cumprimento do cronograma da privatização. Antes esperada para fevereiro de 2022, agora a operação está prevista para acontecer entre abril e maio.
A área técnica do órgão já havia apontado inconsistências nos dados da operação e apresentou uma série de recomendações ao Ministério de Minas e Energia (MME), principalmente relacionadas aos preços de energia estabelecidos pela pasta – o que pode interferir nos valores que serão pagos à União e nas projeções para amenizar as tarifas nos próximos anos.