As fazendas do Brasil estão em ritmo acelerado para finalizar a colheita da soja. A Conab projeta uma safra de 167,4 milhões de toneladas, um crescimento de 13,3% em relação ao ciclo anterior, mas o agricultor ainda enfrenta desafios significativos.
A soma total da produção de grãos, incluindo milho e algodão, pode atingir 328 milhões de toneladas, um recorde histórico.
Agricultores tem produção recorde, mas margens apertadas
Os produtores enfrentam margens apertadas pelo terceiro ano consecutivo. A XP estima que o lucro líquido da soja seja de R$ 1.695 por hectare em terras próprias.
Para áreas arrendadas, o valor cai para menos de R$ 300. Agricultores endividados já registram prejuízo, embora menor que no ciclo 2023/2024, quando as perdas por hectare foram de R$ 465 na soja e R$ 577 no milho.
Crédito e logística complicam o cenário agricultor
A taxa de juros elevada tem sido um grande desafio para o setor. Os últimos anos têm sido difíceis para os agricultores brasileiros, especialmente pela alta dos juros.
Assim como em 2024, muitos produtores continuam enfrentando dificuldades no fluxo de caixa. Desde 2023, colheitas recordes no Brasil e nos EUA pressionaram os preços para baixo.
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Além disso, problemas climáticos atrasaram o plantio e afetaram a colheita atual. Esse efeito dominó gerou gargalos logísticos e aumento no custo do frete, com rotas onde os preços subiram mais de 50% desde janeiro.
Dificuldades no financiamento
O crédito também pesa no bolso do agricultor. O grande vilão dessa história é o acesso ao financiamento.
Quem tem muita dívida sofre mais. Paulo Dantas, produtor de soja no Piauí há 28 anos, previa um ano no zero a zero, mas a antecipação do fim das chuvas reduziu sua produtividade pela metade.
Com custos subindo, produção caindo e o preço da soja baixo, a situação ficou difícil.
Para lidar com isso, Dantas busca novas fontes de crédito além das tradicionais, como financiamentos subsidiados e linhas de exportação.
