O agronegócio brasileiro deveria conhecer melhor a China, defendeu o escritor e empresário especialista no país asiático Ricardo Geromel. A ideia foi apresentada em palestra do executivo na 35ª edição do Fórum da Soja, que fez parte da programação da 25ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS).
Geromel lembrou que o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2019 e que, nos últimos quatro anos, a China vem batendo recordes de negócios com o país. Segundo ele, um dos maiores responsáveis, sem dúvida alguma, é a soja, uma vez que mais da metade da oleaginosa brasileira exportada vai para a China.
“Então você, que trabalha com o campo, o que sabe sobre a China? Acho que você deveria saber um pouco mais. Eu fico muito assustado com a completa ignorância de algo que não é discutido com mais profundidade. Nossos filhos estão estudando o que sobre a China?”, questionou o especialista.
“A China se tornou a segunda maior economia do planeta, portanto é fundamental conhecermos um pouco mais do nosso maior comprador de soja”, provocou.
Cenários do agro para a soja e milho em 2024/25
Outro destaque da abertura do evento foi a palestra do sócio-diretor da Agroconsult, André Debastiani, que apresentou cenários para os mercados de soja e milho na safra 2024/2025. De acordo com o especialista, o ano é de desafios.
Debastiani lembrou que ainda existe um cenário de oferta abundante em termos de produção no Brasil.
“A gente vai produzir, neste ano, novamente, mais do que a gente consome no mundo. Então, isso gera uma pressão muito grande em termos de preço. Aliado a isso, temos um cenário inflacionário com custos de produção em alta, o que aperta muito a margem do produtor e provoca um cenário de endividamento muito elevado”, destacou.
O diretor da Agroconsult observou, ainda, que este é um ano bom para a produção de grãos, mas nem todos os estados vão produzir bem.